Logo E-Commerce Brasil

A revolução das APIs chega ao e-commerce

Por: Redação E-Commerce Brasil

Equipe de jornalismo E-Commerce Brasil

Daniel Rabinovich – Chief Technology Officer (CTO) do MercadoLivre.com  -institucional@mercadolivre.com

Você se lembra do que era um smartphone antes dos aplicativos? Nada mais que apenas um dispositivo que lhe permitia ler e-mails. Com sorte, acessava alguns sites. Os aplicativos mudaram a relação do usuário com o celular e, mais ainda, com a Internet. Por trás dessa revolução, estão três letras: API, que estão mudando o comércio eletrônico.

Sabemos que cada API é uma porta que permite acesso a uma parte do produto para o qual ela foi criada. Normalmente, vemos essas letras associadas a sistemas operacionais de celulares, GPS de aparelhos, câmeras etc. No caso do e-commerce, essas APIs também serão a conexão com uma plataforma marketplace, um facilitador de pagamentos online, ou uma plataforma de anúncios, entre outras infinitas possibilidades.

E se a abertura dessas interfaces de programação criou um novo mercado para profissionais de tecnologia – o de desenvolvedores de aplicativos para smartphones e tablets, que cresce vertiginosamente -, no caso das APIs em e-commerce há ainda mais beneficiados. Isso porque todos os envolvidos na cadeia de negócio do e-commerce estão focados em obter mais volume de visitas, melhor experiência de navegação, aumento de vendas e conversão das mesmas.

As APIs permitem escala para um mercado em amplo crescimento. O número de internautas que compram online deve crescer 20% por ano na América Latina, de acordo com a yStats.com, empresa de pesquisas baseada em Hamburgo, Alemanha. Ainda, segundo dados da e-Bit, é esperado um crescimento de 25% para o e-commerce no Brasil apenas este ano, o que deve significar uma movimentação de mais de R$ 24 bilhões.

Ao conectar um negócio a uma plataforma mais consolidada, os sites podem atingir um público ainda maior de usuários ávidos por consumo online, mas precisarão, sim, da expertise dos integradores. É necessária a união do conhecimento das ferramentas que as APIs disponibilizam à experiência dos lojistas online. Atualmente, existem diversas empresas no Brasil e no mundo que trabalham com aplicativos e soluções de integração voltados para sites de comércio eletrônico.

Exemplos de bons usos das APIs já são visíveis na Internet hoje. Amazon e eBay têm modelos de integração com suas plataformas que extrapolam o e-commerce tradicional para o futuro do e-commerce multicanal. As APIs ainda facilitam troca de informações, como o uso compartilhado de login de redes sociais para entrar em outros sites, ou, como usamos no MercadoLivre, para interligar redes sociais ao site e apresentar anúncios visitados por amigos do usuário.

Os sites sociais como Facebook e YouTube, aliás, têm se demonstrado cruciais na atração – e retenção – de clientes. Atualmente, 22% do tempo de uso da internet são gastos nesses sites, segundo dados da SalesForce. E eles têm APIs que criam portais de venda dentro dos sites; mesmo em anúncios em vídeo é possível clicar para comprar um produto, e isso tudo é fruto de desenvolvimento baseado em APIs.

As APIs tornarão possível a transição para o mobile commerce, que vai além de oferecer o mesmo conteúdo do seu site em um aplicativo de smartphone, tablet, ou um site em formato adaptado a navegadores desses dispositivos.

Independentemente dos canais de vendas complementares adotados pelos lojistas online, seja marketplace, mobile commerce, social commerce etc., esse avanço força uma revisão de conceito que engloba componentes importantes e necessários à interface, como ERP, a cadeia logística, os meios de pagamento (m-payment) e até a como atendemos o consumidor final.

A maior empresa de tecnologia de comércio eletrônico do Brasil e da América Latina é o MercadoLivre, conforme comprovam dados de acesso da comScore e nossos resultados, trimestre após trimestre. Nossa equipe de TI redesenhou toda a arquitetura da plataforma, atualmente rodando sobre nossas recém-criadas (e tão esperadas) APIs. Um dos resultados visíveis é o nosso site marketplace, que ficou mais simples para nossa própria equipe de tecnologia e está preparado para a integração com parceiros externos, todos trabalhando em um mesmo ambiente. O objetivo, junto a muitos desenvolvedores independentes, é oferecer mais e melhores ferramentas que ajudem os vendedores do nosso site, e também outros parceiros de negócio, a concretizarem mais transações.

Ainda há muito a desenvolver, acreditamos que o que temos hoje é apenas o começo dessa revolução, mas já é possível para um vendedor trabalhar múltiplos anúncios que tenha em nosso marketplace e gerenciá-los ao mesmo tempo em que disponibiliza-os em sua própria URL, de uma só tela, por exemplo. Também permitimos um aumento de conversões em vendas nos mais de 40 mil sites que adotam o MercadoPago em seus check-outs, oferecendo processamento online dessas transações, 13 meios de pagamento a escolher,  mais parcelamentos que qualquer outro facilitador de pagamentos online e ainda uma comunicação precisa de toda a movimentação realizada nesses sites, via APIs de conciliação.

Assim como as APIs e os apps para smartphones redefiniram nossa relação com a Internet móvel, as APIs redefinirão nossa forma de vender e comprar pela rede. O ecossistema do MercadoLivre está pronto para dar a largada nessa revolução.

***

Todos os direitos reservados. Não é permitida a publicação parcial ou total.