De acordo com uma análise da ACI Worldwide de centenas de milhões de transações de e-commerce mundial, a crise causada pelo coronavírus continuou a influenciar as vendas de comércio eletrônico em abril, com o setor varejista geral experimentando um crescimento de 209% em comparação com o mesmo período do ano passado. O segmento de videogames e jogos eletrônicos veio na sequência, apresentando um salto de 126% em abril.
O aumento sustentado do volume de transações de e-commerce reflete um mês inteiro de amplas restrições às atividades do comércio presencial e de outras medidas relacionadas à Covid-19, o que fica evidenciado pelo crescimento de 5,3% no volume médio de transações em março de 2020, quando medidas de isolamento social começaram a ser implementadas.
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"As tendências no comportamento de compras online que começamos a observar em março continuaram em abril, visto que centenas de milhões de consumidores ao redor do mundo passaram a se adaptar às restrições impostas para inibir a propagação do coronavírus," disse Debbie Guerra, Vice Presidente Executiva da ACI Worldwide. "Consumidores estão cada vez mais fazendo uso das opções ‘clique e retire’ por conta da conveniência e da segurança - mas essa mudança nos padrões também atrai golpistas, o que resulta em um incremento significativo nas tentativas de fraude."
A taxa de tentativas de fraude no e-commerce mundial em abril alcançou 4,3% em abril, um pouco abaixo da taxa de 5,3% em março, mas ainda assim acima dos 3,8% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Tentativas de fraude focam nos segmentos que estão experimentando maior crescimento, como o de eletrodomésticos, com o preço médio das compras que tentam ser fraudadas subindo 26 dólares (150 reais). Opções como ‘clique e retire’ - ou ‘compre online, retire na loja’ - também contribuíram para o aumento nas tentativas de fraude. O valor de transação médio das tentativas de fraude aumentou 9,9%, refletindo a ênfase dada pelos golpistas a itens populares de alto valor, como laptops e televisores.
"Golpistas continuam a se aproveitar da ruptura do status quo para atingir consumidores desavisados e empresas despreparadas," continuou explicando Guerra. "Embora a vigilância seja fundamental, comerciantes também precisam assegurar que estão examinando suas estratégias antifraude, a fim de adaptá-las a esse ambiente altamente dinâmico das vendas online."