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Vendas do varejo paulista devem crescer 5% em 2025, projeta FecomercioSP

Por: Alice Lopes

Jornalista no E-Commerce Brasil

Jornalista no E-commerce Brasil, graduada pela Universidade Nove de Julho e apaixonada por comunicação.

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O varejo paulista deve encerrar 2025 com avanço de 5% sobre 2024, segundo projeções da FecomercioSP. Embora positivo, o ritmo é significativamente menor que o salto de 9,3% observado no ano passado, quando o setor alcançou o maior faturamento bruto da série histórica, de R$ 1,42 trilhão. Para a entidade, a desaceleração acompanha a perda de tração da atividade econômica, influenciada pela política monetária contracionista.

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(Imagem: Envato)

A entidade aponta que a perda de fôlego ficou mais evidente no segundo semestre. Segmentos como automóveis registraram retração, enquanto supermercados e lojas de vestuário avançaram de forma mais lenta.

“Apesar de positivo, o número sinaliza desaceleração do ritmo de vendas, em consonância com o desempenho da economia brasileira, sobretudo neste segundo semestre”, afirmam os técnicos da FecomercioSP.

Mercado de trabalho sustenta parte do consumo

A Federação destaca que o cenário para 2025 reúne fatores favoráveis e desafios relevantes. No lado positivo, o mercado de trabalho segue aquecido, o que sustenta o consumo das famílias e melhora a renda média. Dados do Ipea mostram que os rendimentos do trabalho cresceram 4% no terceiro trimestre, na comparação anual.

Segundo a entidade, essa dinâmica deve contribuir para que o PIB brasileiro cresça entre 2% e 2,5% neste ano. A inflação, apesar de ainda acima do teto da meta de 4,5%, entrou em trajetória de queda a partir do segundo semestre.

Mesmo com condições favoráveis ao consumo, os juros seguem limitando principalmente a venda de bens duráveis. A Selic está em 15% ao ano, o maior nível em duas décadas, deixando o Brasil na segunda posição global em juros reais, com 9,74%, atrás apenas da Turquia, com 17,8%.

Incertezas fiscais ampliam riscos ao ambiente de negócios

A FecomercioSP também ressalta que o ambiente fiscal aumenta a volatilidade e prejudica a confiança. “O fato de não haver um plano de corte de gastos robusto, além dos frequentes questionamentos de membros do governo e aliados sobre a redução da taxa de juros, traz muita volatilidade aos mercados, pressionando o câmbio e mantendo a expectativa de inflação em alta, e adiando o início do ciclo de queda dos juros”, concluem os economistas.