A percepção de falta de segurança é, hoje, o maior obstáculo para a conclusão de compras no e-commerce brasileiro. De acordo com a pesquisa State of Search Brasil 6, realizada pela agência Hedgehog Digital, 68% dos consumidores desistem da compra quando o site parece duvidoso, mesmo após encontrarem o produto pelo Google.
O levantamento indica que páginas com excesso de anúncios, conteúdos impróprios, imagens irreais ou mensagens de alerta de segurança são os elementos que mais geram desconfiança.
O frete caro aparece como o segundo maior motivo de abandono, citado por 66% dos entrevistados. A dificuldade em tornar o frete competitivo segue como um desafio estrutural, sobretudo para empresas que dependem de operações terceirizadas ou lidam com produtos de maior peso ou volume.
A falta de informações claras sobre o produto também pesa na decisão, já que 52% deixam o site quando não encontram detalhes suficientes sobre o item desejado. Outros 45% abandonam a compra quando não há informações sobre a empresa responsável pela venda.
Consumidor afastado
A ausência de comentários e avaliações de outros compradores é motivo de desistência para 44% dos usuários. Para os pesquisadores, o dado reforça a importância da validação social, especialmente para quem chega ao site pela busca orgânica e ainda não conhece a marca.
A velocidade da página é outro ponto crítico. A pesquisa mostra que 29% encerram a tentativa de compra quando o site demora a carregar, indicativo do peso que a experiência de navegação ganhou nas decisões de consumo.
Outros fatores menos citados incluem divergências entre as informações exibidas no site e na aba Shopping do Google (21%) e o fato de o site não aparecer na primeira página do buscador (8%).
Amostra e metodologia
A pesquisa contou com 4.157 entrevistas online realizadas entre 26 de junho e 14 de julho de 2025, por meio do painel Opinion Box. Participaram brasileiros a partir de 16 anos de todas as regiões do país, com maior concentração no Sudeste (47%) e Nordeste (23%).
A amostra reúne consumidores de todas as classes sociais, predominando C (37%) e D (31%). Do total, 52% se identificam como mulheres e 48% como homens. As faixas etárias se dividem entre 16 a 29 anos (42%), 30 a 49 anos (42%) e 50 anos ou mais (16%). O estudo possui nível de confiança de 95% e margem de erro de 1,5 ponto percentual.