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Vendas totais do varejo caem após duas semanas de alta em abril, mostra Nielsen

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado digital desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

As vendas totais do varejo moderno no Brasil caíram 15,1% entre os dias 13 e 19 de abril, frente ao período entre 6 e 12 de abril deste ano. Na análise semanal realizada pela Nielsen Brasil desde o início das restrições devido à Covid-19, que engloba os resultados de Autosserviço, Farmácia e Cash & Carry (Atacarejo), mostra uma desaceleração do consumo nesta terceira semana do mês.

Depois de um cenário de abastecimento na primeira semana, seguida de dias de compras para as festividades de Páscoa, o terceiro período de abril apresentou um recuo natural de consumo para este intervalo, como explica a gerente de atendimento ao varejo da Nielsen Brasil, Fernanda Vilhena.

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“Essa desaceleração é natural, pois tradicionalmente não é uma semana de abastecimento dos lares. No entanto, essa queda é mais significativa agora devido ao fato de sairmos de duas semanas de alto volume de compras, a primeira para o abastecimento e reposição das despensas e a segunda devido às compras de Páscoa”, destacou Vilhena.

Retração

Segundo o levantamento, as cestas de Sazonais, Perecíveis Frescos e Mercearia foram as que mais contribuíram para essa retração, uma vez que os itens que as compõem registraram vendas expressivas para Páscoa, como Ovos de Páscoa (-98,3%), Chocolates (-75,8%) e Peixaria (-81,2%).

A cesta de Bebidas, com alta importância para o varejo, também colaborou para essa queda no volume total de vendas no período (-12,7%). Além disso, os recuos mais significativos foram de Vinhos de Mesa (-26,3%), Refrigerantes (-13,1%) e Cervejas (-12,6%).

Variações positivas

O levantamento da Nielsen, que mostra as vendas de aproximadamente 150 varejistas de todo país, destaca que as variações positivas na semana ficaram por conta de Eletro/Eletrônicos (+11,1%). Houve um aumento nas vendas de Aparelhos de Celular (+12,3%), Televisores (+16,1%), Notebooks (+16,6%) e Máquinas de Lavar-Roupa (+19,3%). Já as Lava-Louças, com boa performance no começo do período de isolamento social, apresentaram queda de 37%.

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“Esses produtos têm grande importância na cesta de Eletroeletrônicos. Porém, no caso do aumento nas vendas de Aparelhos Celulares justamente nessa semana, avaliamos que esse crescimento pode estar ligado à necessidade do uso de aplicativos de auxílio do governo por conta da Covid-19, que estão disponíveis apenas neste dispositivo móvel”, explicou Fernanda Vilhena.

Visão geral

Ao observar o comportamento das vendas por cestas, Vilhena acrescentou que esse movimento de reposição contribui para a retração das categorias de caráter essencial. Os maiores recuos foram nos segmentos de Commodities (-7,6%), Higiene&Beleza (-3,1%), Limpeza (-3,8%), Perecíveis Industrializados (-5,6%) e Alimentos (-31,7%).

Variação de vendas nas principais categorias em abril. Fonte: Nielsen.

Assim como na semana anterior, a cesta de Higiene Beleza teve novamente performance negativa, impulsionada pela redução de 6,2% nas compras de Papel Higiênico, Desodorantes (-10,1%) e Sabonetes (-5,7%) . No entanto, neste segmento, as vendas de Tratamentos de Pele, Antissépticos para as Mãos e Fraldas apresentaram crescimento de 11,8%, 8,7% e 1%, respectivamente – o que não compensou a queda dos demais itens.

Em Limpeza, por sua vez, as vendas de Álcool(+5,6%), Concentrados de Limpeza (+1,3%) e Sabão Líquido (2,9%) voltaram a crescer na terceira semana de abril, frente à semana anterior. As quedas mais significativas neste segmento foram em Sabão em Pó (-5,1%), Amaciantes (-6,3%) e Inseticidas Domésticos (-15,2%).

Para mais informações dos levantamentos realizados pela Nielsen durante a pandemia, acesse o site.