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Shein em terras brasileiras: bilionário expande império de moda no país

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

A gigante de moda rápida Shein está aumentando a produção no Brasil, com 100 fábricas já produzindo para a varejista online desde que anunciou planos de investir US$ 148 milhões no país há um mês.

Expandir a produção para fora da China e abraçar o rápido crescimento na América Latina fazem parte de um plano maior, disse Marcelo Claure, presidente do conselho da Shein na região e acionista da empresa.

Divulgação/Shein

“Estou investindo em empresas em que posso ajudar”, disse Claure em entrevista à Bloomberg News. “A Shein se encaixava no perfil do tipo de empresa que eu procurava, que era uma companhia global e altamente disruptiva.”

A Shein, que atualmente fabrica quase todos os seus produtos na China, mas não vende praticamente nada para clientes chineses, está procurando localizar a produção em regiões de rápido crescimento para cortar custos de distribuição e acelerar os prazos de entrega. A empresa disse em abril que faria parceria com 2.000 fábricas têxteis brasileiras nos próximos cinco anos e anunciou planos semelhantes na Índia e na Turquia.

“A América Latina tem uma parte importante na receita da Shein. É definitivamente uma das regiões que mais crescem no mundo”, disse Claure, que investiu US$ 100 milhões na empresa. Ele destacou que o aplicativo da varejista é um dos mais baixados do Brasil.

Investimento na nova fase da Shein

Claure, de 52 anos, foi vice do fundador do SoftBank, Masayoshi Son, até janeiro de 2022, quando deixou a empresa de investimentos japonesa devido a uma disputa sobre remuneração. Como diretor de operações do SoftBank, ele liderou os esforços de recuperação em vários dos investimentos do Vision Fund da empresa, incluindo Sprint, agora T-Mobile US Inc, e WeWork.

Nascido na Guatemala, filho de pais bolivianos, Claure se mudou para os Estados Unidos para fazer faculdade em Massachusetts. Depois que ele se formou, surgiu a oportunidade de comprar uma loja de celulares, que gerou a Brightstar, uma fornecedora global de equipamentos de telecomunicações que ele vendeu para o SoftBank há uma década.

Desde que se separou de Son, Claure vem buscando negócios por meio de seu escritório familiar, o Claure Group. Ele abriu uma divisão dentro da empresa no ano passado, a Claure Capital, focada em investimentos públicos e privados.

O Claure Group, que administra US$ 3,3 bilhões, investirá em empresas latino-americanas que “perturbam os modelos de negócios tradicionais”, disse Claure. A Shein, com sede em Cingapura, foi o primeiro investimento significativo de Claure após a separação com o SoftBank.

Embora a Shein tenha sido elogiada por seu modelo de negócios de rápido crescimento, ela também enfrentou escrutínio por causa das más condições de fábrica e sua grande pegada de carbono.

Claure disse que fez uma viagem de duas semanas à China antes de investir na Shein para conversar com os trabalhadores e visitar as fábricas para as quais terceiriza a produção. Ele acrescentou que Shein “estabelece regras muito claras” relacionadas a salários, mão de obra e fornecimento de materiais, e que o Brasil vai replicar o modelo usado na China.

“Foi reconfortante ver que as pessoas estão felizes com a Shein”, disse Claure.

Fonte: Bloomberg