Logo E-Commerce Brasil

Queda no Instagram não altera sua liderança em marketing de influência

Por: Giuliano Gonçalves

Jornalista do portal E-Commerce Brasil, possui formação em Produção Multimídia pelo SENAC e especialização em técnicas de SEO. Sua missão é espalhar conteúdos inspiradores.

Muito comentados a nível global, Instagram e Facebook passaram por problemas de instabilidade hoje (05/03). A pane, inclusive, foi confirmada pelo head de comunicação da Meta, Andy Stone (imagem abaixo). Mesmo com questões desse tipo, uma pesquisa do HypeAuditor mostra que os gastos globais de marketing de influência no Instagram atingirão US$ 19,8 bilhões em 2024.

Sobre o marketing de influência, importante destacar que as marcas estão cada vez mais cuidadosas com o quanto gastam. Preferem, por exemplo, marketing com alto desempenho, priorizando o retorno do investimento e as conversões em vez do reconhecimento da marca.

Os métodos de colaboração mais populares incluem:

  • conteúdo gerado pelo usuário;
  • presentes;
  • marketing de afiliados;
  • e anúncios digitais patrocinados com criadores.

Investimento em IA

A IA está em ascensão e mudará a forma como o conteúdo é criado. Vinte e sete empresas focadas em IA no espaço da Economia de Criadores arrecadaram mais de US$ 800 milhões de capital de risco em 2023.

A Meta, por exemplo, tem desenvolvido personas de IA para assistência diversificada ao usuário através de texto, imagens (incluindo filtros do Instagram e formatos de anúncios) e experiências multimodais em vídeos. Isso reflete um cenário dinâmico em que a IA está alterando fundamentalmente a criação de conteúdo e as interações de usuários.

Regulamentação para marketing com influenciadores

O estudo também mostra que, em 2023, os reguladores governamentais — especificamente a Comissão Federal de Comércio — lançaram diretrizes mais rigorosas para influenciadores de redes sociais. As diretrizes obrigam os influenciadores a divulgar de forma transparente qualquer relacionamento financeiro ou pessoal com uma marca, incluindo presentes, descontos ou vantagens. 

Essa divulgação é exigida não apenas na descrição do vídeo, mas também explicitamente no próprio vídeo. E há outras fontes de receita explorada nas plataformas de mídia social. Em outubro, a Meta Platforms anunciou planos para lançar uma versão paga e sem anúncios do Facebook e do Instagram para usuários na Europa.

Ao mesmo tempo, o TikTok também está em fase experimental de teste de uma oferta baseada em assinatura, com o objetivo de fornecer aos usuários uma experiência sem anúncios. 

E por falar em TikTok…

Com seus vídeos curtos e divertidos, o TikTok se tornou a plataforma de mídia social de maior ascensão atualmente. A preferência por conteúdo de vídeo em vez de imagens contribuiu para o crescimento. São 1,6 bilhão de usuários ativos mensais em todo o mundo. Desses, cerca de 2/3 têm menos de 24 anos e, no Brasil, 63% são mulheres e 47% têm menos de 24 anos.

Legenda do gráfico: Distribuição do público do TikTok por idade e sexo em 2023

Uma observação sobre o Brasil é que 53,1% dos influenciadores são nanoinfluenciadores, com 1 mil a 10 mil seguidores — eles possuem a taxa de engajamento mais alta (10,5%) entre todos os níveis de influenciadores. Globalmente, marcas mais comentadas na plataforma são Netflix, Target e Amazon.

YouTube tem destaque no marketing de influência

No mundo, o YouTube é o segundo mecanismo de busca mais popular. Consequentemente, um conteúdo publicado por influenciadores na plataforma permanece detectável por um longo período após a sua publicação inicial.

Para ter uma ideia do tamanho da plataforma, o número total de usuários ativos mensais é de 2,6 bilhões. Muito por conta disso, segundo a pesquisa, 56% dos profissionais de marketing acreditam que os vídeos do YouTube são o tipo de conteúdo mais importante para o marketing de influenciadores.

No Brasil, 65% dos usuários do YouTube no Brasil têm entre 18 e 34 anos. No entanto, grande parte da utilização é feita por pessoas da faixa etária de 35 a 44 anos (13%). Em geral, conforme os dados abaixo, o YouTube também é mais popular entre o público masculino.

Legenda do gráfico: Distribuição do público do YouTube por idade e gênero em 2023; na plataforma de vídeo, mais de 50% dos conteúdos no Brasil estão associados às categorias de videogames, pessoas, blogs e entretenimento.

Por fim, o líder: Instagram

Segundo o estudo, o Instagram é o principal líder no mundo do marketing de influenciadores. Afinal, ele conta com 2 bilhões de usuários ativos mensais globalmente e segue em ascensão. Dos influenciadores do aplicativo, 79% são nanoinfluenciadores, com 1 mil a 10 mil seguidores.

A taxa de engajamento no Instagram é de 2,4%, a mais alta entre todos os níveis de influenciadores — microinfluenciadores, por exemplo, têm uma taxa média de engajamento de 3,86%. Megainfluenciadores, por outro lado, tem taxa mais baixa: 1,21%.

Legenda do gráfico: Distribuição do público do Instagram por idade e sexo

Outro ponto é que 45% dos usuários têm entre 25 e 34 nos. Para 68% dos especialistas em marketing, a plataforma é muito importante para estratégias de campanhas. No topo das marcas mais comentadas no app, destaque para Shein, O Boticário e Netflix.

Mercado de de marketing de influenciador

De acordo com dados da pesquisadora, o mercado global de marketing de influenciadores deverá crescer de US$ 17,4 bilhões em 2023 para US$ 22,2 bilhões em 2025. A taxa composta de crescimento anual (CAGR), neste caso, será de 12,0% durante o período de previsão.

Dentro desse universo, 89% dos profissionais de marketing concordaram que o Instagram é a plataforma de marketing de influenciadores número um. Um dado interessante: 87% dos usuários realizam ações concretas depois de encontrarem informações sobre produtos em posts no Instagram.

O estudo envolveu a análise de 47,9 milhões de contas do Instagram, 6,8 milhões de contas do YouTube e 12,6 milhões de contas de influenciadores do TikTok.