A atividade industrial da China desacelerou em maio, mostrando a menor velocidade de crescimento dos últimos seis meses. Por outro lado, o varejo apresentou desempenho acima do esperado, aliviando momentaneamente as pressões sobre a segunda maior economia do mundo.

Segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas divulgados nesta segunda-feira (16), a produção industrial chinesa avançou 5,8% na comparação anual, abaixo dos 6,1% registrados em abril e da projeção de 5,9% de analistas consultados pela Reuters. Trata-se do menor crescimento desde novembro de 2023.
Em contrapartida, as vendas no varejo aumentaram 6,4% no mesmo período, superando com folga a taxa de 5,1% do mês anterior e a expectativa de alta de 5%. O resultado marca o maior avanço desde dezembro do ano passado.
Recuperação desigual
De acordo com especialistas, a indústria continua sendo afetada por fatores estruturais, como a crise prolongada no setor imobiliário e o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos. Em maio, as exportações totais cresceram 4,8%, mas os embarques para o mercado norte-americano despencaram 34,5% — maior retração desde fevereiro de 2020.
“A trégua comercial com os EUA não impediu uma desaceleração mais ampla da economia no mês passado. Com tarifas ainda elevadas, estímulos fiscais mais contidos e entraves estruturais em curso, a tendência é de perda adicional de fôlego ao longo do ano”, afirma Zichun Huang, economista da Capital Economics.
O bom desempenho do varejo foi impulsionado por fatores pontuais, como os gastos do feriado do Dia do Trabalho e o programa governamental de renovação de bens de consumo, que oferece subsídios para troca de produtos.
Além disso, o festival de compras 618 teve início antecipado neste ano, em 13 de maio, o que contribuiu para elevar o consumo, apesar do consumidor chinês mostrar menos interesse na data em si (18 de junho).