A tensão entre China e Estados Unidos continua a escalar. Agora, após o gigante asiático decidir por manter as retaliações, o presidente norte-americano Donald Trump anunciou tarifas de 104%. Elas serão aplicadas a partir desta quarta-feira (9). A confirmação veio por meio de Karoline Leavitt, secretária de Imprensa da Casa Branca.

O prazo para o país da Ásia desistir das taxações de resposta aos EUA era até 13h desta terça-feira (8). Sem essa “ligação” da China, como esperava Trump, um novo pacote de taxas será aplicado. A partir disso, mais incertezas passam a rondar a economia global, já que os pregões da bolsa de valores em todo o mundo estão abalados. O indice Nikkei, do Japão, por exemplo, suspendeu no domingo (6) as negociações de contratos futuros.
Na madrugada de segunda (7) para hoje, o governo chinês já tinha afirmado que não voltaria atrás e que “está pronta para seguir responde aos aumentos tarifários”. De imediato, marcas de vestuário como Abercrombie & Fitch, Gap, Levi Strauss, PVH Corp (Calvin Klein) tiveram quedas em suas ações.
Uma das regiões mais impactadas pelas tarifas de Trump foi a Ásia. Na situação com a China, diretamente, a linha do tempo do ‘tiro cruzado’ das taxas ficou da seguinte forma:
- A taxa anunciada por Trump para a China no dia foi de 34%, o que faria com que os produtos chineses fossem taxados pelos EUA em 54%, no total;
- Na última sexta-feira (4), a China anunciou que iria impor tarifas de 34% sobre os produtos estadunidenses em resposta;
- Com isso, Trump ameaçou cobrar taxas extras de 50% à China se o país não recuasse da retaliação até esta terça-feira, como informado acima. Sem a desistência de Pequim, as tarifas de 104% entraram em vigor.
Ao todo, o “tarifaço global” dos EUA chegou a 180 países no mundo todo e, segundo a Casa Branca, aproximadamente 70 nações já negociam com o governo norte-americano.
Mais medidas
Para “minimizar” essas ações, o governo norte-americano também considera um ajuste das taxas portuárias específicas para embarcações chinesas. Segundo apuração da Reuters com fontes não identificadas, o presidente Donald Trump constatou as reações negativas de setores da economia do país.
Entre as mudanças que estão sendo consideradas estão o adiamento da implementação e novas estruturas de taxas projetadas para reduzir o custo geral dos navios chineses que visitam os EUA, de acordo com as seis fontes com conhecimento do assunto.