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Por que investir em inovações financeiras para o e-commerce B2B?

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado de e-commerce desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

“Desnecessário dizer o quanto a pandemia vem mudando o comportamento do consumidor final nos marketplaces B2C, mas relevante comentar como vem mudando o comportamento do lojista destes canais”, começou Fernando Marsigliese, Diretor de Fintech da Infracommerce.

Ele foi palestrante no The Future of E-commerce Payments 2021, que aconteceu online ontem (13). O executivo foi convidado a discutir as inovações financeiras para o mercado para e-commerce B2B e explicou que as inovações no mercado de e-commerce vem acontecendo em ondas: a primeira foi há algumas décadas com as primeiras lojas online; a segunda foi também há alguns anos com o advento da multicanalidade; e a terceira está sendo agora e em um futuro próximo com a possibilidade de oferecer experiências incríveis em diversos temas, abrangendo inclusive os meios de pagamento.

Ele explica que para chegar a uma realidade de experiência incrível é impossível dissociar 3 temas: marketing e vendas, meio de pagamento e crédito.

Por mais que nos últimos anos as tecnologias de pagamento tenham caminhado bem no meio B2C, o universo do e-commerce B2B tem uma realidade bem diferente.

No B2C a grande maioria das vendas é feita com cartão de crédito, que evoluiu fortemente nos últimos 20 anos. No B2B, 98% das vendas são feitas por boleto faturado (boleto à prazo). A taxa de aprovação de cartão de crédito beira a 60% para o e-commerce B2B, já que quem faz a aprovação é o próprio seller, que sofre diversas restrições de crédito. No B2C quem se responsabiliza pela aprovação é o banco.

“Os impactos positivos do e-commerce B2C não chegaram da mesma forma no B2B, o que gera um universo muito desequilibrado entre ambos”, diz Marsigliese. Mas, segundo ele, essa realidade está mudando rapidamente de maneira positiva:

O Pix já é uma realidade no e-commerce B2C, que é fortemente impactado pela adoção dessa modalidade de pagamento. Marsigliese citou uma pesquisa da Ernst Young, que diz que o Brasil é o 4º país mais favorável a adoção de novas medidas e novidades em pagamento, o que corrobora a rápida adoção dos pagamentos digitais, mesmo no meio das compras entre empresas.

Pix agendado

Marsigliese defende também que entre os planos do Banco Central está a possibilidade de realização de um Pix agendado, o que facilitaria a vida dos negócios B2B por realizar a tarefa do boleto à prazo de forma mais dinâmica.
“Dessa forma o lojista consegue pagar o fornecedor pelo Pix, porém não de forma instantânea, de forma agendada, o que agiliza o pagamento e facilita as compras”, esclarece o executivo.

O boleto gera muita fricção no pagamento no setor financeiro da empresa, de maneira que o Pix facilitaria a relação entre os lojistas e fornecedores. Além disso, facilitaria também a conciliação de vendas, vínculo do código da nota fiscal com o Pix.

Marsigliese citou ainda duas outras estratégias além do Pix que vão favorecer o lojista do e-commerce B2B em um futuro próximo: a garantia de crédito (conhecido como trava fornecedor) e o open banking.

No caso da garantia de crédito, o banco realizará a garantia para o lojista, usando as vendas da loja como comprovação da operação de crédito. Isso faz com que aumente a parcela de lojistas com garantias diante de um potencial fornecedor. Por sua vez, o distribuidor tem mais controle das operações dos lojistas para quem distribui.

Já o open banking dará acesso para que distribuidoras e indústrias tenham informações para a tomada de decisão com base na oferta de crédito para os lojistas.

Confira os slides usados na palestra:

https://www.slideshare.net/ecommercebrasil/the-future-of-ecommerce-por-que-importante-investir-em-inovaes-financeiras-para-o-ecommerce-b2b

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Por Júlia Rondinelli, da redação do E-Commerce Brasil.