O comércio eletrônico brasileiro somou 33,9 bilhões de acessos nos últimos 12 meses, segundo o Relatório Setores do E-commerce, da Conversion. Em novembro, o volume total apresentou queda de 1,3% na comparação com outubro, movimento puxado principalmente pela retração nos acessos via navegador.

Enquanto o tráfego web recuou 4,8%, os aplicativos avançaram 10,6%, reforçando a consolidação do mobile como principal canal de acesso ao e-commerce no país.
A mudança no comportamento do consumidor não é recente, mas os números indicam uma aceleração do processo. O crescimento dos apps ocorre em paralelo à perda de relevância das plataformas que ainda concentram suas estratégias no ambiente desktop, o que tem impacto direto na participação de mercado.
Principais e-commerces
O levantamento mostra um alto nível de concentração no setor. As dez maiores operações de e-commerce no Brasil respondem por 57,5% da audiência total, sendo elas:
- Mercado Livre - 15,3% de participação;
- Shopee - 11,6% de participação;
- Amazon Brasil - 10,4% de participação;
- Shein - 4,4% de participação.
A concentração reflete o avanço da consolidação no varejo digital. O Mercado Livre mantém a liderança apoiado em uma estrutura logística abrangente e em um portfólio diversificado de produtos. Já a Shopee segue ampliando presença com estratégias focadas em preços competitivos e campanhas promocionais recorrentes.
No recorte específico de aplicativos de marketplace, a Shopee se destaca ao concentrar 39,2% do tráfego mobile, evidenciando os resultados de uma estratégia orientada desde a origem para o uso em smartphones.
Categorias em destaque
Entre os segmentos analisados, o varejo esportivo apresentou o melhor desempenho em novembro, com crescimento de 30,1% no tráfego. A Nike foi o principal destaque, com alta de 62,4% nos acessos mensais, mantendo a terceira posição no ranking do setor. A Mizuno avançou uma colocação e passou a ocupar o décimo lugar.
O uso de aplicativos também teve papel relevante no desempenho do segmento, com crescimento de 29,9% nos acessos via app. A Netshoes lidera esse recorte, concentrando 40,5% do tráfego mobile, o equivalente a cerca de 5,3 milhões de acessos, o que reforça a preferência do consumidor por compras esportivas em dispositivos móveis.
Apesar do recuo no volume total, os aplicativos de turismo cresceram 7,2% no período. O Airbnb lidera esse recorte, com 15,1% de participação no tráfego mobile. O avanço sugere um aumento no planejamento de viagens para o fim do ano, período em que o setor tradicionalmente apresenta recuperação impulsionada pelas férias de verão.