O impacto da crise do metanol já começa a aparecer nos indicadores de consumo. De acordo com o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), o faturamento do setor de bares na cidade de São Paulo caiu 12,9% entre os dias 29 de setembro e 5 de outubro, em comparação com o mesmo período de 2024.

A retração é muito mais acentuada que a queda geral do varejo paulistano, que foi de 2,8% no mesmo intervalo.
Alimentação registra queda
As lanchonetes também sentiram o impacto, com recuo de 7,6%, enquanto os restaurantes tiveram uma diminuição mais leve, de 1,1%. Esses resultados levaram o ICVA Alimentação – Bares e Restaurantes a registrar baixa de 3,7% no período.
Outros setores ligados à comercialização de bebidas alcoólicas também foram afetados. Supermercados e hipermercados apresentaram queda de 0,6%, e, no total, os segmentos relacionados à venda de bebidas — que incluem Varejo Alimentício Especializado, Supermercados, Hipermercados e Alimentação fora do lar — tiveram retração conjunta de 1,18%.
“A retração geral já era esperada por causa do momento do ciclo econômico e da cautela dos consumidores. No entanto, é inegável o impacto da crise do metanol no setor de bares e restaurantes”, afirma Carlos Alves, vice-presidente de Tecnologia e Negócios da Cielo.
Na última semana, o Mercado Livre suspendeu os anúncios de bebidas alcoólicas no marketplace devido aos casos de intoxicação pela substância. Outros gigantes do setor, como Amazon, Magalu e Carrefour, também restringiram os anúncios de bebidas em seus canais de venda.
Bens duráveis e serviços também em queda
O levantamento mostra que os bens duráveis e não duráveis tiveram queda de 3,6% e 3,1%, respectivamente, enquanto o setor de serviços registrou recuo de 0,8%.
Entre os formatos de venda, o varejo de rua apresentou melhor desempenho relativo, com retração de 2,4%, contra 3,9% observados nos shoppings centers.