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Black Friday e Copa do Mundo: o que esperar quando dois grandes eventos se juntam?

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

–> Por ser apaixonado por futebol, o brasileiro muda seu comportamento de compra na Copa do Mundo, se preparando para assistir aos jogos do mundial. Outro grande evento que movimenta o varejo todo ano é a Black Friday. Mas, e quando esses dois eventos acontecem na mesma época, como neste ano? “É difícil prever o que vai ocorrer e quando juntam os dois, a situação se torna sem precedentes”, afirmou Bruno Affonso, head de Insights, Analytics e Growth no Google, no Marketplace Conference 2022. O executivo apresentou uma pesquisa da companhia com insights deste final de ano movimentado.

“Vemos que os brasileiros estão animados e estão mais envolvidos do que na Copa anterior. Segundo a pesquisa, 86% declararam que pretendem acompanhar o mundial. Para 47%, o envolvimento já é maior do que na última Copa”, revela o executivo.

Bruno Affonso no Marketplace Conference 2022. Kaique Foto: Kaique Chock

A estreia da seleção brasileira na Copa será na quinta-feira (24 de novembro), véspera da Black Friday. Chegou-se a cogitar a mudança da data de compras em 2022. O Google perguntou aos consumidores e chegou à conclusão de que o campeonato não deve impactar negativamente as compras na data predeterminada. “A Copa é uma distração no momento do jogo, mas que se compensa nas horas seguintes”, diz Affonso.

“Estimando o impacto real, fomos analisar os movimentos de buscas e clicks durante um jogo do Brasil em 2018, no mesmo horário da estreia de 2022, e o que vimos é que a queda de buscas e clicks ela é bem concentrada. Começa até umas 3h antes do jogo, mas se recupera muito rápido no pós jogo”, completa.

Ainda segundo o especialista, por mais que o consumidor declare uma intenção de antecipar as compras, é possível que eles deixem a compra para perto da data de estreia ou até mesmo para a BF. “Não devemos nos preocupar tanto com a data de estreia e a virada de Black Friday”, tranquiliza. Segundo ele, porém, não podemos perder de vista a migração para mobile que a Copa pode provocar. Para minimizar o efeito da Copa, ele aconselha pensar em uma estratégia “quinta + sexta” para assegurar o uplift da data e garantir uma ótima experiência mobile.

A pesquisa revela também que a intenção de compra em 2022 aumentou em relação ao ano anterior, sendo 78% entre consumidores das classes AB e 68% na classe C. Ao todo, 71% pretendem comprar na BF, um aumento de 16% em relação a 2021. Destes, 81% dos consumidores afirmam estar com o bolso menos comprometido e 69% estão entre os mais endividados. Além disso, 20% estão indecisos sobre comprar na data.

“Sobre a jornada de compra, um ponto que chamou a atenção é que 37% já estão procurando produtos, ou seja, já estão abertos a começar a encher o carrinho de compras e 42% utiliza ferramentas de busca nesse processo de pesquisa”, afirma o executivo. Dentre as categorias planejadas, TV, informática e eletroportáteis são as que mais se tem intenção de esperar as promoções de Black Friday.

Consumidores multicanais na Black Friday

Outro ponto de destaque na pesquisa do Google é o fato de que os compradores da Black Friday serem multicanais. 72% compraram tanto em canais online quanto offline nos últimos 6 meses, aumento de 10% em relação ao 2021, sendo 78% das classes AB e 70% da classe C. “Sobre os canais de compra, já não é segredo que os compradores são multicanais. Porém, ao contrário dos último anos, vemos que é o momento do “e” e não mais do “ou”. Ele não compra mais no online ou no offline. Eles compram no online e no offline”, detalha Affonso.

Ainda segundo ele, na BF preço é um dos principais critérios de escolha, mas é importante construir elementos de diferenciação e benefícios além do preço. “Frete, cupons, qualidade dos produtos e confiança passaram a entrar na conta do consumidor. O cashback, por exemplo, era tendência no ano passado, mas agora figura na 6ª posição dos atrativos para os consumidores”, pontua.