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A Olympikus corre junto: programa de afiliados virou solução para empreendedores durante a pandemia

Por: Júlia Rondinelli

Editora-chefe da redação do E-Commerce Brasil

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialização em arte, literatura e filosofia pela PUC-RS. Atua no mercado de e-commerce desde 2018 com produção técnica de conteúdo e fomento à educação profissional do setor. Além do portal, é editora-chefe da revista E-Commerce Brasil.

Marcio Callage, CMO da Vulcabras Azaleia, foi um dos palestrantes do último evento do ano do E-Commerce Brasil, a Conferência Rio Grande do Sul.

Para sua apresentação, o executivo apresentou um caso de engajamento de afiliados da Olympikus, uma das marcas do grupo, e como ela ajudou empreendedores durante a pandemia do coronavírus em 2020.

Para isso, Collage ressaltou duas coisas: a primeira é que a marca, de uma maneira ou de outra, está presente na vida cotidiana do consumidor; a segunda é que surgiu na empresa uma necessidade de fazer algo tanto pela comunidade esportiva quanto para os lojistas físicos paralisados durante a quarentena.

“Além da corrida, nós somos a marca do corre”, ele destaca. A partir dessa mentalidade, a Olympikus iniciou o projeto “Corre Junto Brasil”, uma forma de programa de afiliados em que qualquer pessoa pode se inscrever no site da marca, credenciar-se como uma empreendedora digital e vender os produtos ganhando comissão e suporte técnico da Olympikus.

O que vem antes de um projeto como o Corre Junto?

De acordo com Callage, ao perceber que era necessário ajudar o mercado esportivo, os executivos da empresa decidiram estudar. O primeiro passo foi entender os impactos do Covid-19 na economia. Em seguida, entender as limitações financeiras e de conhecimento das pessoas.

“Tivemos um momento de exposição das carências: o brasileiro médio se viu retirado das suas ferramentas de renda”, ele explica. Isso porque “a elite intelectual que pode trabalhar de casa através da internet, mas essa não é a realidade da maioria dos brasileiros”.

De acordo com ele, ficou claro para a empresa a descoberta de outros níveis de vulnerabilidades na sociedade. “Os que pior navegam no mundo digital são os que mais precisavam de soluções nesse momento”, ele completa, pois nem todo trabalho consegue ser traduzido para o digital e nem todas as pessoas têm a facilidade e autonomia com o online.

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O projeto Corre Junto Brasil

“Abrimos mão da receita pra dar 10% de comissão”, diz Collage. Para ele, esse foi um movimento primordial para atrair empreendedores e gerar benefício financeiro para o afiliado. Consequentemente, houve uma descentralização das vendas, mas uma lógica ampla de comunidade entre todas as pontas de venda.

Plataforma e calendário

A partir da definição de que se trataria de um projeto de afiliados para novos empreendedores digitais, a Olympikus começou a planejar um calendário de integração desses novos lojistas, treinamento e divulgação.

Além disso, foram feitas ações nas redes sociais com influenciadores e profissionais das áreas de esportes que pudessem promover o projeto. Influenciadores que já se relacionavam com a marca, não foram pagos, pois já trabalhavam como “advogados da marca”.

E na fase de ampliação, a empresa incentivou descontos para quem apoiasse e promovesse a marca. Segundo Callage, foi o “desafio de mover uma montanha no meio da pandemia”. Mais de 10 mil CNPJs foram cadastrados como clientes e criou-se um novo ecossistema de vendas.

O executivo explicou ainda que era importante que essa informação não chegasse ao varejo como uma concorrência, mas sim como um esquema “ganha ganha”.

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Escola do Corre

Além do programa de afiliados e de toda a campanha de divulgação e incentivo por meio dos influenciadores e dos esforços de mídia da empresa, a Olympikus lançou também uma plataforma de conteúdo focada em profissionalizar profissionais de vendas. Dessa forma, nasceu a Escola do Corre.

De acordo com Callage, a Escola do Corre se fez necessária justamente para ajudar na “alfabetização digital” das pessoas que passariam a vender os produtos da marca.

Sendo assim, tornou-se uma ferramenta acessível com dicas de vendas, comunidade online para tirar dúvidas, cards com informações, análise de dados de vendas e entre outras informações.

Sarah Mineira

Callage finalizou a apresentação falando sobre o case da Sarah Mineira, uma empreendedora que encontrou na corrida a ajuda para se recuperar de uma depressão e, em 2020, encontrou no Corre Junto uma alternativa para complementar sua renda.

Para o executivo, os exemplos que a empresa teve acesso mostram que o projeto serviu como um equilíbrio mínimo para o desemprego crescente durante a pandemia, auxiliando pelo menos 8 mil afiliados que de fato passaram a vender pela plataforma.

Próximos passos

Passando o período de urgência, o projeto começa a figurar como uma estratégia da empresa. Ainda incertos como será o desenrolar dos próximos meses no Brasil e no mundo, a empresa começa estudar agora como construir um projeto que contemple o Corre Junto e continue em 2021 sem prejudicar os parceiros físicos e lojas da companhia.

Callage, no entanto, é otimista. “Projeto feito por brasileiros para brasileiros”, ele completa.

Por Júlia Rondinelli, da redação do E-Commerce Brasil.