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5 anos de Shopee no Brasil: o social commerce cada vez mais brasileiro

Por: Lucas Kina

Jornalista e produtor de Podcasts no E-Commerce Brasil

Em julho, a Shopee completa cinco anos de operação no Brasil e celebra um primeiro semestre considerado promissor em termos de resultados e engajamento. Neste contexto positivo, as datas duplas — ações promocionais realizadas em dias como 3.3, 6.6 e 11.11 — e estratégias de social commerce seguem como os principais motores de tráfego da plataforma.

5 anos de Shopee no Brasil o live commerce cada vez mais brasileiro
(Imagem: Divulgação/Shopee)

Segundo Rodrigo Farah, executivo responsável por Marca e Social Commerce da companhia, a consolidação não só em lives, mas no social commerce de maneira geral, mostra a atenção às tendências. “As lives já são parte expressiva de nossa audiência e, agora, vendemos também por meio de vídeos”, comenta.

A estratégia é implementada em paralelo ao lançamento do TikTok Shop no país, que conta com um modelo semelhante de consumo. No entanto, Farah foge de qualquer comparação e ressalta os olhos da Shopee somente para o próprio planejamento.

“Temos uma operação forte no Brasil e, mesmo com origem asiática, o posicionamento sempre se voltou 100% ao mercado nacional. Observamos os movimentos do segmento, mas trilhamos nosso caminho”, afirma.

Hoje, a empresa conta com cerca de 15 mil funcionários no Brasil, além de 13 Centros de Distribuição (CDs) e mais de 150 hubs de primeira e de última milha. No caso dos galpões logísticos maiores, sendo o último inaugurado em Recife, são 11 operando no modelo cross-docking e dois em fulfillment. Além disso, são mais de dois mil pontos de devolução da Shopee espalhados pelo país.

Números no social commerce

Atualmente, a Shopee tem como vertical de maior crescimento o social commerce, que ganhou uma área dedicada recentemente — sob tutela de Farah. Dentro desse guarda-chuva, estão as transmissões ao vivo (lives) e, agora, os vídeos “compráveis” de vendedores da plataforma — ambos voltados à promoção de produtos e engajamento com o público.

Em termos de métricas, o head compartilha os seguintes números sobre o live commerce:

  • Cerca de 2 mil lives diárias. Na última data dupla celebra (6.6), número que chegou a cinco mil transmissões;
  • As lives somam, até o momento, cinco bilhões de visualizações e 30 bilhões de likes, com média de seis curtidas por visualização;
  • Entre as categorias com mais destaques, estão itens de moda e eletrônicos;
  • Os picos de audiência atualmente se dão às 14h e 20h.

Para a plataforma de vídeos, lançada em março, os números também são considerados positivos:

  • Média de 100 mil vídeos comerciais por dia;
  • 1 bilhão de visualizações contabilizadas desde a estreia;
  • Integra uma base de cinco milhões de afiliados e três milhões de vendedores.

O último tópico em relação aos vídeos curtos, segundo Farah, refletem o interesse do público e o potencial da modalidade no Brasil.

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Rodrigo Farah, head de Marca e Social Commerce na Shopee (Imagem: Divulgação/Shopee)

Marca e comportamento do consumidor

A atuação da Shopee em marketing também tem se ampliado. Campanhas com influenciadores e celebridades são medidos internamente com base em critérios como número de acessos, instalações do aplicativo, conversão e uso de cupons. “Também avaliamos o recall e o sentimento que a campanha desperta na audiência”, explica Farah.

No perfil do consumidor, o executivo destaca o que a empresa chama de “smart buyer” — usuários que, de maneira inteligente, são estimulados a comprar com cupons e promoções atrativas, se mostrando sensíveis aos preços. “O vendedor precisa trabalhar promoções, cupons e benefícios para ativar esse público, que vejo como nosso principal perfil hoje”, complementa.

Questionado sobre como a empresa responde à pressão por serviços mais ágeis, especialmente frente a concorrentes com estrutura própria de entrega, Farah reforça que o benefício econômico continua sendo o principal motivador de compra. “Datas duplas são pensadas estrategicamente para isso, com frete grátis, cupons e promoções”, diz.

Maturidade em social commerce

Para o executivo, o amadurecimento do social commerce no Brasil depende do alinhamento entre três pilares: vendedores, consumidores e afiliados. “O faturamento das lives cresce ano a ano, assim como o número de transmissões. Contudo, a consolidação do modelo passa pela atuação consistente desses três grupos com a plataforma e entre si”, pontua.

De acordo com ele, o movimento natural da Shopee desde o início de 2025 tem sido colocar-se como uma adepta do social commerce, ao invés do live commerce por si só. Farah comenta que isso demonstra um leque mais amplo da plataforma em relação aos desdobramentos do e-commerce, abarcando mais oportunidades no presente e futuro.