O Brasil é, depois dos EUA, o maior mercado do Ocidente para novos mercados/segmemtos (incluídos os digitais). Descontando o gigante da América do Norte, o Brasil tem um setor de entretenimento de US$ 98 bilhões, muito maior que o europeu. Somos o segundo maior do Ocidente (e do mundo) para Procter & Gamble e para a Unilever.
O Brasil tem a segunda maior delegação por nacionalidade na NRF e agora no SXSW. O Brasil tem o mercado financeiro mais avançado do Ocidente e, talvez, em termos de maturidade, só esteja atrás da China e da Coreia do Sul.
Um país forte, que já tem 47% da população com conhecimento do ChatGPT, a maior ComicCon do mundo, que recebe anualmente 300 mil pessoas, a grosso modo o mesmo número de pessoas que o SXSW recebe. Ok, na CCXP, uma mesma pessoa vai mais de um dia, o que engorda o número, mas ela é muuuuito maior que a similar de San Diego).
Esse tamanho e essa pujança não têm respaldo na política. Ela é medíocre e cria obstáculos estúpidos para travar a integração do país no mundo, com uma burocracia que suga a alma da população e tira energia produtiva que seria melhor aplicada pelos empreendedores que temos aos milhares.
O governo de São Paulo fechou um espaço no SXSW para mostrar a força do Brasil. Colocou açaí, pastel e arroz com feijão para trazer o público óbvio. Infelizmente, apenas brasileiros visitam o ambiente. Talvez formadores de opinião façam o trabalho de divulgação da ação. O certo é que o país, por força de sua certa aversão aos melhores conceitos do liberalismo, é sempre visto como um lugar curioso, excêntrico, com potencial, mas não necessariamente amigo do capital.
Claro que o ufanismo se manifesta quando vemos o português dominando as ruas de Austin. Pena que o complexo de vira-lata também dê seus latidos quando vemos o quanto nossas empresas são engessadas para inovar. Adotamos algumas práticas mas de maneira geral, nossas empresas são tímidas, pouco ambiciosas e sonolentas na adoção de inovação. A tecnologia disruptiva, quando surge, é só vista como forma de cortar custos. Nossa inovação é um cortador de unhas, (“custo é como unha. Tem de cortar o tempo todo”,
dizem os gestores) e não uma geradora de valor.
A visão limitada do alcance de aplicação da inovação não cria as soluções que um país carente de ideias como o Brasil precisa.
A minha cobertura, com mais comentários em vídeo, vocês pdoem acompanhar por aqui e no meu LinkedIn.
*Adicionado pela redação: o Brasil tem o maior evento de e-commerce do mundo 😉 #forum2024