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“Sensações” é a palavra do ano para o CX em 2026

Por: Sarita Besada

Sarita Besada é Vice-Presidente de Operações e Customer Experience na Concentrix, apaixonada por transformar a forma como marcas se conectam com as pessoas. Com mais de 18 anos de trajetória, construiu sua carreira com propósito, sensibilidade e excelência, liderando estratégias que unem inovação, eficiência operacional e uma cultura genuinamente centrada no cliente. Reconhecida por sua liderança inspiradora e foco em resultados sustentáveis, tem um histórico consistente na evolução de indicadores como eNPS, FCR e satisfação do cliente, promovendo transformações que geram impacto real para colaboradores, empresas e consumidores. Certificada pelo Disney Institute em Employee Engagement, Service Quality e Excellence in Leadership, acredita que experiências extraordinárias nascem da valorização genuína das pessoas — dentro e fora da organização. Na Concentrix, lidera com paixão iniciativas que combinam tecnologia, automação e empatia, construindo jornadas que encantam, fidelizam e geram valor duradouro. Tem como missão levar tecnologia com calor humano a cada interação — e, com isso, construir o CX dos sonhos.

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Todos os anos, o mundo escolhe símbolos que traduzem o espírito do tempo: a cor da Pantone, o Wrapped do Spotify, o emoji mais usado, a palavra que define a era em que vivemos. No universo do customer experience (CX), essa palavra para 2026 é “Sensações”.

Mulher sorrindo tocando um celular, com a palavra “Sensações” em destaque sobre a imagem.
Imagem gerada por IA.

Ela sintetiza a transição que estamos vivendo – de um período em que a automação prometia eficiência para outro em que o desafio é fazer as pessoas sentirem. A tecnologia continua sendo o motor, mas o propósito agora é emocional. Dados e algoritmos só fazem sentido quando despertam empatia, confiança e pertencimento.

O CX deixa de ser sobre velocidade ou redução de custo. Ele passa a ser sobre o que o cliente sente ao se relacionar com uma marca. Experiências que geram sensações são as que permanecem, e é essa a nova métrica de sucesso.

Depois de dois anos de euforia com a inteligência artificial generativa, o mercado amadureceu. Estamos entrando em uma era em que tecnologia e emoção não competem, se completam. O futuro das experiências será moldado menos por processos e mais por vínculos sensoriais: aquilo que o cliente percebe, o colaborador vivencia e a marca transmite em cada interação.

As tendências que moldarão o CX em 2026

1. A inteligência artificial com propósito humano

A automação deixou de ser sinônimo de tarefa repetitiva. A próxima fronteira é uma IA que compreenda intenções, não apenas comandos.

    A pesquisa The Age of Intelligent Transformation revela que 55% das empresas priorizam modernização tecnológica e IA/analytics como pilares de transformação, enquanto 54% já tratam o CX como foco central de investimento. Além disso, 72% dos líderes acreditam que a IA generativa vai complementar, e não substituir, as funções humanas, um dado que mostra o amadurecimento do debate.

    A IA que se sustenta no longo prazo é aquela que gera contexto, emoção e iniciativa. O futuro do CX está em “humanizar o algoritmo”, equilibrando automação com sensibilidade.

    2. Personalização preditiva: da reação à antecipação

    O verdadeiro salto do CX será sair da lógica reativa e antecipar o comportamento e as dores do cliente.

      A pesquisa global da Qualtrics XM Institute mostra que 64% dos consumidores preferem marcas que personalizam a experiência conforme suas necessidades individuais.

      Personalizar o sucesso é simples; o diferencial competitivo está em personalizar a dor e prever o desconforto antes que ele aconteça. Essa capacidade depende da integração entre analytics preditivo, dados e sensibilidade humana.

      3. O espelho entre CX e EX

      A experiência do cliente é um reflexo direto da experiência do colaborador.

        Empresas que empoderam seus profissionais de front-line constroem confiança e fidelidade.

        Segundo a Employee Experience Trends Report 2024 (Qualtrics), milhares de organizações estão redesenhando jornadas internas, investindo em capacitação e autonomia. Automatizar é só o começo; o essencial é dar propósito e voz a quem está na linha de frente.

        4. A confiança como novo capital do CX

        Com a expansão da IA, a transparência e a ética digital se tornaram diferenciais de marca.

          Relatórios recentes da CX Network mostram que 85% dos líderes de atendimento planejam ampliar o uso de IA conversacional até 2025 – um movimento que exige governança e clareza sobre decisões automatizadas.

          A confiança nasce da transparência. Em muitos casos, admitir limitações gera mais credibilidade do que prometer o impossível. No CX do futuro, ética e clareza serão os novos gatilhos de lealdade.

          5. A IA como o novo inglês

          O domínio das ferramentas de IA será tão essencial quanto o domínio do inglês foi para as gerações anteriores.

            Levantamento global da Everest Group reforça essa direção: 54% dos executivos têm como prioridade usar IA generativa para aprimorar a experiência do cliente. A tecnologia deixa de ser diferencial competitivo e passa a ser requisito básico para competir.

            A IA é o novo “idioma” dos negócios e das sensações. Saber aplicá-la é dominar uma nova linguagem: a linguagem da empatia em escala.