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O que você precisa saber para começar a importar para o seu e-commerce?

Por: Lincoln Fracari

CEO da China Link

Fundador e diretor executivo do Grupo China Link. Especialista e consultor na área de negócios com a China e Ásia, empresário, investidor, escritor e palestrante. Formado em Administração pela Universidade Paulista e especializado em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas.

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Importar não é uma aventura, é estratégia. Para quem opera no e-commerce B2B, B2C ou D2C, entender como começar a importar do jeito certo evita desperdício, prejuízo e frustração. Só que, diferentemente do que muita gente vende por aí, importar não é simplesmente “achar fornecedor e mandar trazer”. É planejamento, cálculo e execução com precisão. Se você trata isso como “diferencial” e não como operação central, está jogando contra o seu próprio caixa.

Contêineres, caminhões e avião em local aberto.
Imagem: Reprodução.

Vamos aos pontos que realmente fazem diferença.

1. Entenda o processo do início ao fim

Importar é lidar com dois governos, dois sistemas logísticos e uma fila de documentos. Do pedido ao desembaraço, cada etapa tem custo, prazo e risco. Ignorar isso é aceitar perder margem sem perceber. Planejar a jornada completa – da negociação à entrada no estoque – é o mínimo para operar com controle.

2. Produto bom é produto que gira

Não adianta importar o que você gosta. Precisa importar o que vende. Olhe dados reais de mercado, tendências nos marketplaces e comportamento de busca. Evite produto que depende de datas específicas ou modismo que já perdeu fôlego. Estoque parado é dinheiro morto.

3. Fornecedor ruim quebra operação

Achar fornecedor é fácil. Confiar, não. Antes de fechar qualquer negócio, valide histórico, certificações e peça amostras. Negocie prazos de entrega reais e tenha tudo documentado. Confiança se mede no contrato e na entrega, não no papo bonito do Alibaba.

4. Faça a conta completa ou prepare-se para o susto

O preço do produto é só o começo. Você ainda vai pagar frete internacional, seguro, impostos (II, IPI, PIS, COFINS, ICMS), taxa de desembaraço e mais. Monte o custo total por unidade antes de sequer pensar em preço de venda. Sem isso, você pode vender muito e lucrar nada.

5. Escolha o modelo de importação que aguenta o seu plano

Começar por remessa expressa ou pessoa física até funciona para validar produto. Mas se quer escalar, vai ter que migrar para importação formal com habilitação no Radar e operação registrada no Siscomex. Não existe e-commerce sério sem estrutura tributária adequada.

6. Documentação não é detalhe

Fatura comercial, packing list, conhecimento de embarque, certificado de origem e código NCM correto. Se errar qualquer parte disso, vai ter multa, retenção e atraso. Quer fazer certo? Trabalhe com despachante experiente desde o começo.

7. Pós-desembaraço também é parte da estratégia

Produto liberado não significa produto disponível. Você precisa ter estoque, transporte e integração com seus canais de venda funcionando. Planejar a logística interna evita ruptura e atraso na entrega final. Falhou aqui, o cliente não volta.

8. A operação precisa ser medida

Lead time, custo por unidade, nível de ruptura, margem por SKU. Tudo isso precisa ser medido o tempo todo. Ajuste seus pedidos, negociações e rotas com base nesses dados. Quem não mede não melhora. Quem não melhora morre no preço.

    Conclusão

    Importar pode ser a virada do seu negócio. Ou pode ser o começo do fim. Vai depender de como você encara o processo. Com estrutura, análise e execução profissional, a importação deixa de ser “diferencial” e vira pilar de crescimento.