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Importação no e-commerce: como manter a operação saudável

Por: Lincoln Fracari

CEO da China Link

Fundador e diretor executivo do Grupo China Link. Especialista e consultor na área de negócios com a China e Ásia, empresário, investidor, escritor e palestrante. Formado em Administração pela Universidade Paulista e especializado em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas.

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Importar produtos pode ser um grande diferencial para quem quer vender online no Brasil. Oferecer itens exclusivos, com margens melhores e preços competitivos, pode te colocar à frente da concorrência. Mas não se engane: importar sem planejamento pode ser um grande erro e gerar prejuízos, tanto financeiros quanto operacionais.

Trens de carga com contêineres alinhados nos trilhos ao pôr do sol.
Imagem: Reprodução.

Importação não é só encontrar fornecedores

Importar não é apenas encontrar bons fornecedores e calcular impostos. É uma decisão estratégica que impacta o seu fluxo de caixa, a imagem da sua marca, a estrutura fiscal da empresa e o relacionamento com seus clientes. Sem o planejamento adequado, essa operação pode te custar muito caro.

Faça a importação parte do seu negócio, não um projeto paralelo

O maior erro de quem começa a importar é tratar a operação como algo secundário. Não é uma ação emergencial, é parte essencial do seu negócio. Comece com o básico: formalize sua empresa corretamente, registre o CNPJ, escolha o regime tributário adequado e se habilite no Siscomex. Ignorar esses passos pode colocar sua empresa em risco de multas, retenção de carga e problemas com a fiscalização.

Cuidado com o NCM e as licenças

Muita gente erra ao classificar os produtos com o NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul). Esse código não é só uma formalidade: ele define os impostos que você vai pagar e as licenças que vai precisar para importar. Um erro aqui pode resultar em multas e até mesmo no bloqueio ou na destruição dos seus produtos.

Lembre-se: dependendo do produto, você pode precisar de licenças da ANVISA, MAPA, INMETRO, entre outros. Não deixe essas etapas de lado se não quiser arriscar a reputação da sua empresa e o seu dinheiro.

Tributos são previsíveis, mas o despreparo não

No e-commerce, a precificação é a alma do negócio. Para ser competitivo, você precisa entender os impostos que vai pagar, como II, IPI, PIS/Cofins e ICMS. Não são tributos surpresa, mas, se você não se preparar, pode acabar com um custo maior do que esperava e comprometer sua margem de lucro.

Documentação em dia é a base da operação

A burocracia pode parecer um fardo, mas manter os documentos certos em ordem é o que vai garantir que você continue operando sem sustos. Invoice, packing list, conhecimento de embarque, declaração de importação e nota fiscal de entrada são fundamentais para garantir que tudo esteja legal e em conformidade.

Importação não é só sobre margem

Importar não pode ser uma simples jogada para aumentar a margem de lucro. Ela precisa fazer parte da sua estratégia de produto, posicionamento e diferenciação. Para isso, você deve estar pronto para lidar com desafios como prazos longos, variações cambiais, riscos alfandegários e demandas imprevisíveis. E lembre-se: o consumidor precisa ser educado sobre os produtos importados. A falta de uma comunicação clara pode resultar em frustração, anulando qualquer ganho de margem.

A vantagem competitiva está nos detalhes

Importar ainda é um grande diferencial no e-commerce, mas só se você tiver tudo bem estruturado. A operação precisa estar alinhada com a realidade fiscal e legal da sua empresa, e deve ser tratada com seriedade. Isso exige planejamento, informação e responsabilidade. Só assim você vai conseguir usar a importação como um caminho sólido para a expansão do seu negócio.

No final, quem cresce no digital é quem toma decisões consistentes, não quem age por impulso. Se você quiser ter sucesso, comece com uma base sólida e construa seu crescimento de forma estratégica.