Por Daniel Nepomuceno, CEO - Meu Amigo Pet
No último evento do Shop.Org 2012, em Denver, Colorado, Estados Unidos, assisti a uma palestra que chamou muito a atenção. Ela tratava sobre o ciclo recente de inovação na Internet, e no final nos arremeteu a uma constatação que nos trouxe uma reflexão impressionante. Vejamos abaixo:
1995 – A era dos portais
Em 1995, quem dominava a Internet eram os portais, todo o tráfego e as informações disponibilizadas eram providos pelos portais.
Os portais provinham o acesso à Internet propriamente dito; com isso, “fidelizaram” clientes e direcionavam todo o conteúdo acessado pelos usuários. Para os e-commerces, gerar tráfego para seu site era sinônimo de anunciar em algum portal.
Inimaginável nos dias hoje, na época, tudo o que o usuário acessava e/ou lia era monopolizado por 2 ou 3 empresas.
2001 – A era dos buscadores
Em 2001, surgiu aquele que até hoje é um gigante na Internet, o Google. O Google popularizou e democratizou a Internet. Através de seus mecanismos de busca, passou a levar a demanda para o conteúdo de maior “relevância” para o usuário, independentemente de esse conteúdo estar dentro de um grande portal ou não.
O mundo inteiro realiza buscas, e o Google traz para os varejistas online (e offline também, por que não?) a demanda que determinados termos têm mensalmente; isso nos faz saber para que caminho a demanda está indo, comprar palavras-chave, e hoje é óbvio que o Google é um dos melhores negócios do mundo.
2005 – A era das redes sociais
Em 2005, surgiu o Facebook, o que não quer dizer que a era do Google terminou, mas, com certeza, roubaram boa parte do tráfego dos buscadores.
As redes sociais trouxeram para a Internet uma nova forma de as empresas se relacionarem com os consumidores; mudaram o foco e o hábito do internauta, o que fez com que as empresas tivessem que aprender a lidar com a comunicação neste novo local. As redes sociais são uma poderosa ferramenta de engajamento, e, apesar da baixa conversão em vendas, alguns varejistas já estão aprendendo a transformar seus likes em pedidos.
2010 – A era pós-PC, tablets e smartphones
Em 2010, com a chegada do iPad, o mundo viu os usuários migrarem do PC para os tablets. Mais uma vez, as empresas precisaram lidar com isso, criar aplicativos e obviamente elaborar formas de gerar receitas. Mais que um tablet, o mercado de aplicativos foi inaugurado, já experimentado desde 2007 pelos usuários do iPhone.
2015 – O que está por vir?
Partindo da premissa que a cada 5 (cinco) anos uma grande revolução acontece, pode-se esperar algo para 2015.
O mais curioso da recente história da Internet, que resumi rapidamente aqui, é que cada revolução mexeu com o mercado de alguma forma, todas elas impactaram nossas vidas e a vida das empresas.
A constatação e a reflexão que devemos fazer é a de que nenhuma das empresas que dominou alguma das eras também dominou a era seguinte. E todas as empresas que surgiram depois impactaram os negócios das anteriores direta ou indiretamente. O que nos deixa mais curiosos, não concordam? Ou acham que o Google direcionar o tráfego de uma busca para um conteúdo fora de um portal não tira o tráfego do portal? Acham que o Facebook não tirou audiência do Google? E que os tablets e smartphones não fizeram o Facebook vender menos publicidade?
Tudo isso no mínimo deve nos deixar atentos para não perder a hora certa de investir em novas tecnologias e tomar ainda mais cuidado para não entrar cedo demais e naufragar junto com algum modismo.
Mobile payment
Será que finalmente é a vez do mobile payment?
Na mesma viagem em que estive no Shop.Org, visitei o Vale do Silício e, dentro da sede do eBay, visitei os escritórios do PayPal e fui apresentado ao PayPal Wallet (carteira PayPal, em tradução livre). Abaixo os principais pontos do que vi (e que acredito que possam determinar o sucesso do produto):
Multimeios de pagamento
Através do PayPal Wallet, você pode centralizar sua conta bancária, cartões de crédito, cupons de desconto e programa de milhagem. Você pode pagar uma compra em qualquer loja física ou virtual, mesclando todas essas formas de pagamento, exemplo:
- Uma compra de R$ 300,00 pode ser paga da seguinte forma:
- R$ 50,00 com crédito do PayPal;
- R$ 50,00 no débito;
- R$ 50,00 com programa de milhas;
- R$ 30,00 com seu cupom de 10% de desconto;
- R$ 120,00 com o cartão de crédito.
E tudo isso numa mesma compra, sem o lojista precisar fazer nada de diferente para disponibilizar essas opções em seu e-commerce, seja via celular ou não.
Pagamento em loja física
A loja física do lojista filiado ao PayPal também poderá receber pagamentos do PayPal Wallet. O lojista pode ter um tablet que funciona como POS, ou seu POS ser integrado à solução do PayPal, o que possibilita pagamentos via:
- NFC;
- Digitação de número de telefone e senha;
- Check in – isto mesmo, check in, explicarei abaixo.
Compra via aplicativo do PayPal
O lojista pode enviar via XML seu catálogo de produtos; dessa forma, o consumidor não precisa baixar mil aplicativos diferentes (um de cada empresa) para fazer compras com seu celular. Basta o lojista ser filiado ao PayPal e disponibilizar seu XML. Assim, o consumidor tem em um lugar só a possibilidade de comprar de quantas lojas quiser, sem precisar aprender a usar um novo aplicativo cada vez que desejar comprar.
Formas de comprar
- O lojista pode disponibilizar QR Codes em suas lojas físicas para facilitar o processo de compra do cliente e direcioná-lo para a página do produto dentro do aplicativo do PayPal;
- No aplicativo de celular da empresa ou mobile site, pode haver a opção de pagar via PayPal, e daí pra frente deixar o aplicativo do PayPal fazer o resto;
- O consumidor não precisa digitar o número do cartão e nem seu endereço, pode escolher que a entrega seja realizada no endereço cadastrado no PayPal, o que torna o processo de compra extremamente simples;
- O usuário pode comprar na loja e retirar na hora ou receber em casa, ele escolhe;
- Check in – O usuário pode escolher os produtos que deseja comprar na padaria ao lado de sua casa e fazer o pagamento via check in, o que lhe dá a liberdade de ir até a padaria sem o celular e se identificar no balcão - seu pedido já está pago;
- Telefone e senha – Você não precisa ter um smartphone para pagar uma compra com PayPal, basta digitar no POS o número de seu telefone e sua senha PayPal;
- NFC – com a Near Field Communication, basta aproximar o celular do POS e dar um ok no aplicativo para que sua compra seja paga.
Quando isso estará disponível? Já está em teste em algumas lojas nos Estados Unidos, a Abercrombie é uma delas. Perguntei quando isso chega ao Brasil, e me responderam 2013. Agora é aguardar (ansiosamente) para ver.
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