A 15ª edição do Fórum E-commerce Brasil aconteceu nos dias 30 e 31 de julho e 1° de agosto, reunindo milhares de empreendedores e especialistas do comércio eletrônico para trocar insights e aprendizados sobre o mercado.
Do comércio conversacional à economia de criação, passando por um panorama do mercado brasileiro de e-commerce, confira as principais tendências discutidas no evento!
Cenário do varejo digital brasileiro
Em sua palestra sobre as tendências do e-commerce brasileiro, Zia Wigder, CCO da eMarketer, apresentou um panorama importante sobre o varejo digital nacional.
Confira os principais aprendizados compartilhados pela especialista:
– Brasil tem 12,1% de penetração do e-commerce: esse valor é maior do que muitos países europeus. Nesse cenário, o crescimento da categoria de supermercados é considerado essencial para o e-commerce brasileiro superar 20% das vendas totais do varejo;
– Estágio inicial na divisão de categorias: o setor de computadores e eletrônicos ainda representa a maior parcela das compras online no país (33,3%) – essa divisão de categorias é distante daquela de mercados digitais mais maduros;
– Redes sociais são essenciais na descoberta de produtos: além de o Brasil ser o país que passa mais tempo nas redes sociais, 39,2% dos usuários utilizam esses canais para buscar produtos – isso vale tanto para as gerações mais novas quanto para os consumidores 55+;
– Mercado de retail media em alta: varejistas nacionais apresentam algumas das plataformas que mais crescem no mundo, além de tráfego que compete com o de redes sociais. Por outro lado, o varejo físico tem o maior crescimento, com a exposição de produtos nas lojas tendo grande impacto na descoberta de produtos.
Chat commerce
As estratégias de comércio conversacional foram um dos tópicos mais discutidos no Fórum ECBR, principalmente a partir da integração entre CRM e WhatsApp.
Segundo o Chat Commerce Report, pesquisa da Omnichat divulgada no evento, o WhatsApp influencia, em média, 9% das vendas no e-commerce. Mas os resultados podem ser ainda maiores, dependendo do segmento e da estratégia implementada.
Em um painel com Swarovski e Hering, a L’Óreal compartilhou como a marca oferece tanto o autosserviço por bots quanto o atendimento de suas beauty advisors para auxiliar os clientes nas compras, criando uma conexão que vai além da venda.
Como resultado, a marca afirmou que, atualmente, 25% das suas vendas D2C passam pelo WhatsApp.
Economia de criação
Com as redes sociais desempenhando um importante papel nos hábitos de consumo dos brasileiros, a criação de conteúdo segue como uma estratégia fundamental para as marcas engajarem o público e gerarem vendas.
Durante o evento, Marina Landherr, Creative Lead do TikTok, apresentou as boas práticas para produzir conteúdo para a plataforma:
– Fale a mesma língua: é preciso entender como o seu público consome conteúdo e aproveitar as features nativas e o foco no áudio para se destacar no TikTok;
– Construa narrativas: criar histórias é importante não só para capturar a atenção do usuário no feed, mas também para gerar conexões reais com a audiência;
– Crie como um creator: abuse da criatividade e autenticidade para oferecer diversão e entretenimento para a comunidade.
Colocando a IA em prática
A inteligência artificial é, sem dúvidas, o assunto mais falado nos fóruns de e-commerce dos últimos dois anos.
Em 2024, atingimos um ponto de inflexão, segundo Gleidys Salvanha, Diretora de Negócios para o Varejo e Tecnologia do Google. A especialista ressaltou que, agora, é necessário ir além de discutir sobre a tecnologia e realmente testá-la e colocá-la em prática nos negócios.
Como exemplo de recursos desenvolvidos pelo próprio Google, foram apresentadas as buscas de imagem pelo Google Lens e o Search Labs, que gera resultados compilados por IA, com links para as fontes, para as pesquisas online.
Experiências transformadoras
O varejo de experiência é uma das grandes tendências do comércio do futuro, com 52% dos consumidores brasileiros priorizando gastos em experiências em vez de em produtos, segundo a WGSN.
Nesse sentido, várias empresas compartilharam no evento como estão investindo em experiências transformadoras para incorporar as marcas na vida dos consumidores.
A NBA Brasil focou no entendimento do perfil da sua comunidade de fãs para proporcionar experiências imersivas em suas lojas físicas, com elementos de uma arena da NBA, quadras, troféus, jogos e tênis autografados nos espaços, por exemplo.
Já a Beats identificou as ocasiões de consumo relevantes para o público, como o período do carnaval e os esquentas de festas, para manter a frequência de vendas ao longo de todo o ano.
Para potencializar as campanhas e promover experiências diferenciadas para os clientes, a marca investe em eventos, ativações e parcerias com celebridades e plataformas como o Zé Delivery.
Como podemos perceber, o mercado digital está repleto de novas tecnologias e estratégias que são essenciais para levar o e-commerce brasileiro a um patamar mais alto no cenário global.
No entanto, na base de tudo isso, ainda vemos a importância de um bom entendimento das necessidades e do perfil dos clientes, sendo imprescindível colocá-lo no centro de todas as decisões de negócio.