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Cinco tendências do futuro do varejo digital no VTEX DAY 2024

Por: Marina Kan Mei

Analista de Marketing de Conteúdo no Pagar.me

Analista de Marketing de Conteúdo no Pagar.me, especialista em produção de conteúdo sobre e-commerce e empreendedorismo digital. Pós-graduanda em Gestão Empresarial e Marketing pela ESPM e graduada em Jornalismo pela UFMG.

A 15ª edição do VTEX DAY foi realizada nos dias 11 e 12 de abril, em São Paulo, e contou com a presença de milhares de participantes do ecossistema de digital commerce para discutir as novidades e tendências do mercado.

Descubra as últimas tendências em e-commerce e marketing digital reveladas no VTEX DAY 2024, incluindo retail media, live commerce, e o potencial da IA para transformar o varejo digital. Veja como adaptar essas inovações ao seu negócio.

De content-driven retail à inteligência artificial, foram apresentadas diversas estratégias e cases de sucesso em destaque no setor e que podem inspirar a operação do seu negócio. Conheça as principais tendências abaixo!

1. Potencial do retail media

O retail media foi elencado por empresas de diferentes setores, como Grupo Pão de Açúcar, Pague Menos e Amazon, como uma estratégia de grande potencial para o e-commerce.

Considerado a terceira onda do marketing digital, ele ainda tem muito espaço para crescer no Brasil. No entanto, segundo Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail, já apresenta um crescimento mais acelerado do que as estratégias anteriores de ads e social.

Representando uma fonte de monetização para os varejistas, o retail media oferece a possibilidade de personalização em escala para as marcas. Ao permitir entender os comportamentos individuais de cada cliente, ele viabiliza mídias altamente customizadas e assertivas.

Nesse sentido, uma dica é investir em campanhas não só de conversão, mas também de awareness e consideração. Assim, é possível trabalhar toda a jornada de compra do cliente, otimizando o ROI da estratégia.

2. Convergência entre conteúdo, entretenimento, mídia e varejo

Nos últimos anos, temos presenciado tanto marcas e varejistas investindo na produção de conteúdo quanto plataformas de conteúdo lançando funcionalidades de vendas.

Um grande exemplo é o TikTok Shop, disponível em países como os Estados Unidos, que criou um ambiente transacional dentro da sua plataforma. Assim, o cliente pode fazer compras sem sair do app.

Em sua palestra no VTEX DAY, Fabio Neto, sócio da StartSe, destacou essa como uma das grandes tendências observadas no e-commerce chinês. Trata-se da relação começando antes da transação, ou seja, plataformas de conteúdo e entretenimento tornando-se superapps.

Do outro lado, também vemos marcas e varejistas aproveitando o boom dos vídeos curtos e dos creators como uma poderosa alavanca para vendas. É o chamado content-driven retail.

No evento, Patricia Chmielewski, Líder de Marketing Solutions do TikTok, ressaltou que o formato de online video, apesar de não ser amplamente utilizado pelas marcas em seus planos de mídia, apresenta um maior ROAS (Retorno sobre o Gasto com Anúncios) em comparação com formatos como estático e paid search.

3. Crescimento do live commerce

Ainda pensando na importância do conteúdo, o live commerce segue como uma tendência em alta. Apesar de ainda não ter uma adesão tão forte como na China, de onde se originou, a estratégia tem gerado resultados positivos para o varejo digital brasileiro.

Para se ter uma ideia, a NIQ compartilhou dados sobre o comportamento do consumidor que concluíram que 38% dos brasileiros assistem a lives de divulgação de produtos.

Nesse cenário, um grande case de sucesso apresentado no VTEX DAY 2024 foi o da loja de moda feminina PatBo, que realizou uma transmissão ao vivo do desfile da marca na New York Fashion Week e aumentou a conversão em 300% em relação a um dia normal.

Como tendência para os próximos anos, Fabio Neto ainda destacou como, na China, o live commerce já está sendo feito por tecnologias de inteligência artificial, que produzem vídeos a partir de gravações já existentes de influencers como uma forma de escalar a estratégia.

4. Varejo de experiência

Em sua apresentação sobre tendências para o varejo do futuro, Rafael Araújo, Head de Consultoria da WGSN América Latina, explicou que o público deve gastar cada vez mais em lazer e entretenimento.

Dessa forma, o varejo de experiência é uma importante estratégia, com a criação de ambientes de soft-selling para promover experiências acolhedoras e de socialização para os clientes.

João Appolinário, presidente e fundador da Polishop, defendeu justamente essa ideia em um painel sobre a transformação do papel da loja física.

Segundo o empreendedor, o objetivo das lojas da marca é “ser um parque de diversões” para a experimentação dos produtos, funcionando como mais do que apenas um ponto de busca da mercadoria para o consumidor.

5. IA e comércio transcendente

A IA continua um assunto quente no mercado de transformação digital. No evento, representantes do VTEX, Grupo Soma e Disrupta explicaram que a alta escalabilidade da tecnologia está por trás do seu hype.

As empresas recomendam mapear pontos de fricção na jornada do cliente para entender como a IA pode ser aplicada para tornar a experiência mais fluida e personalizada entre os canais.

No entanto, um grande desafio na sua implementação é a engenharia de dados, sendo essencial contar com uma base de dados estruturados e seguros para aproveitar os benefícios da tecnologia no e-commerce.

Nessa nova era da inteligência artificial, Heather Hershey, Research Director for Worldwide Digital Commerce da IDC, apresentou o conceito de comércio transcendente: um modelo de e-commerce unificado e altamente adaptável.

Aproveitando-se do poder da IA generativa e de modelos de dados unificados, ele baseia-se na experiência do consumidor e em uma infraestrutura modular para rapidamente se adaptar a novas mudanças tecnológicas e econômicas.

Concluindo…

É inegável que o varejo digital está em constante transformação. Porém, com os insights do VTEX DAY 2024, podemos perceber a consolidação de algumas estratégias e tecnologias no comércio eletrônico. É o caso da inteligência artificial, o live commerce, a experiência do consumidor e o conteúdo.

Nesse cenário, o mais importante é acompanhar as novidades do mercado e entender o que faz sentido para cada negócio e público consumidor, adaptando as tendências para a realidade e as necessidades do seu e-commerce.