O mercado de cargas expressas fracionadas brasileiro está em franca mudança, especialmente nos últimos dois anos, em que o peso médio das encomendas vem caindo, ao mesmo tempo que o volume, ou a quantidade de remessas, praticamente dobrou no período, e continua crescendo vertiginosamente. Esse cenário influencia a logística e exige mais eficiência por parte de transportadoras e operadores.
Tal mudança se explica pelo crescimento significativo do e-commerce, que ganhou dezenas de milhões de novos consumidores e novas lojas virtuais durante a pandemia. Segundo a 45ª Webshoppers (levantamento da Nielsen Ebit), o faturamento do e-commerce saltou de R$ 143,6 bilhões em 2020, para R$ 182,7 bilhões em 2021, e se mantém nesse alto patamar de vendas em 2022.
A eficiência logística atende às expectativas dos clientes e contribui para a melhor experiência de compra no e-commerce.
O peso dos produtos importa?
Há cerca de dois anos, uma encomenda pesava, em média, 6,5 quilos, e hoje está na casa dos 3,5 quilos, demonstrando que os tipos de produtos ofertados se multiplicaram, pois hoje é possível comprar praticamente tudo pela Internet. Contudo, essa redução de peso em tão pouco tempo traz impactos logísticos e requer que as transportadoras enxerguem esse novo cenário com outros olhos.
Pacotes menos pesados significam queda de rentabilidade no frete, mas, em contrapartida, a quantidade dobrada de encomendas movimentadas pode compensar essa perda. Mas, para que essa relação seja verdadeira, é preciso cada vez mais eficiência nas operações das transportadoras e operadores logísticos.
O que é eficiência logística?
Eficiência logística abrange diferentes aspectos, principalmente em uma operação completamente ajustada, que minimize os erros e ofereça qualidade dos serviços para embarcadores e consumidores, como o cumprimento de prazos, entrega dos produtos intactos, comunicação cada vez mais assertiva e processos padronizados. São condições que se alinham às expectativas dos clientes e, paralelamente, contribuem para a melhor experiência de compra no e-commerce.
Nesse sentido, é importante que o e-commerce conte com transportadoras e operadores logísticos efetivamente preocupados em aperfeiçoar a eficiência em suas operações por meio de investimentos pesados em automação, mecanização, tecnologia da informação, capilaridade, novas soluções e opções de entrega, aumento e atualização de frota, entre outros pontos. Além disso, precisam investir em sustentabilidade, promovendo uma logística cada vez mais verde nos grandes deslocamentos e na última milha.
As preferências do consumidor
Outro ponto igualmente relevante é conhecer e entender as preferências do consumidor e, a partir daí, direcionar os investimentos para atender a todas essas demandas e ser cada vez mais eficiente nas entregas.
Pesquisas como a E-Shopper Barômetro, da rede DPDgroup e Jadlog, fornecem um panorama dessas preferências dos consumidores e insights para as transportadoras e operadores logísticos melhorarem suas atuações. A pesquisa constatou que 63% da população online brasileira realiza compras pela Internet, um índice sete pontos percentuais superior ao de 2019. E 78% dos consumidores disseram que a experiência de entrega de da sua última compra foi positiva, o que demonstra que a logística vai bem, mas há espaço para ser aperfeiçoada, especialmente nos quesitos mais latentes apontados pelos e-shoppers, como a previsibilidade de data e horário de entrega, informações claras de rastreamento e várias opções de locais de entrega.
Sabendo dessas preferências e demandas dos consumidores, é fundamental que as transportadoras mantenham um tráfego constante de informações em tempo real em seus sistemas, buscando a eficiência nas operações e na comunicação com seus clientes. Adicionalmente, é necessário oferecer alternativas ao home delivery, como as soluções OOH (Out of Home, ou Fora de Casa), que englobam PUDOS (os pontos de Pick up e Drop off) e os lockers, e que também contribuem significativamente para a eficiência nas operações logísticas.
Sem dúvida, são muitos os desafios que chegam com essa mudança de mercado, mas o posicionamento correto das empresas do nosso setor pode dar uma contribuição importante – como já vêm fazendo – para o crescimento do e-commerce, apoiado em melhores soluções para todas as partes, especialmente para o consumidor.
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