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Expectativa de recorde de vendas na Black Friday requer papel estratégico das transportadoras

Por: Bruno Tortorello

CEO da Jadlog

Com mais de 25 anos de experiência na área de logística e distribuição, Bruno Tortorello é um dos executivos mais destacados do setor. Graduado em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da USP, com especialização em Administração pela FGV e MBA em Gestão Internacional pela FIA, Tortorello foi presidente da Total Express e, anteriormente, liderou áreas comerciais e operacionais do braço logístico do Grupo Abril. Chegou na Jadlog com a missão de alavancar as vendas e os negócios por meio das operações do e-commerce e do fortalecimento do negócio B2B de pequenas encomendas, contribuindo para que a transportadora alcançasse o faturamento de R$ 1 bilhão em 2020.

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Com a aproximação da Black Friday 2025, o setor de e-commerce brasileiro se prepara para aquele que promete ser o maior evento de vendas online já registrado no país, com mais de R$ 13,3 bilhões em vendas, quase 15% acima do ano passado, segundo estimativas da ABIACOM (Associação Brasileira de Inteligência Artificial e E-commerce).

Trabalhador escaneando caixas em um centro logístico com placa de Black Friday ao fundo.
Imagem gerada por IA.

As projeções para este ano são otimistas, impulsionadas pelo crescimento contínuo do comércio eletrônico, pelo aumento da digitalização dos consumidores e pelas ofertas agressivas que tradicionalmente marcam a data. Sendo confirmada a expectativa da associação, teremos um volume de vendas em patamares históricos, consolidando ainda mais o evento como um marco para o varejo digital e para toda a cadeia de suprimentos envolvida.

O sucesso da Black Friday, no entanto, depende de uma engrenagem complexa, na qual as transportadoras desempenham um papel fundamental. A experiência do consumidor não é determinada apenas pela facilidade de compra ou pelos descontos oferecidos, mas, principalmente, pela rapidez, segurança e eficiência na entrega dos produtos adquiridos.

Para dar conta do grande volume de encomendas que circulam durante esse período, as empresas de transporte precisam montar planos robustos de pico, capazes de garantir agilidade e evitar gargalos, criando diferenciais que vão muito além do valor do frete.

Desafio é processar mais pacotes e garantir a qualidade na entrega

O aumento expressivo na demanda exige uma capacidade operacional elevada e um planejamento logístico minucioso. O grande desafio está em processar um número maior de pedidos e assegurar que cada entrega seja feita dentro do prazo, com rastreabilidade e qualidade, evitando frustrações que podem comprometer a reputação das marcas.

Nesse cenário, a logística assume papel decisivo, até porque o custo e a velocidade da entrega são fatores determinantes para os consumidores na hora da compra. Por isso, é preciso investir em tecnologia, infraestrutura e recursos humanos para atender às expectativas do público. Um plano de pico bem estruturado é essencial para garantir fluidez na movimentação das encomendas, desde o momento da coleta até a chegada ao destino.

Estratégia planejada para atender ao período de pico é necessária

Fundamentais para o transporte das encomendas compradas no comércio eletrônico, as transportadoras estão se preparando para o pico de demanda previsto entre novembro e dezembro. Há projeções de crescimento de até 40% na demanda em relação ao ano anterior, além de um aumento de mais de 30% no número de viagens interestaduais e de última milha, superando marcas de viagens registradas no ano passado.

Para atender a esse salto, as infraestruturas estão sendo ampliadas, com a adição de dezenas ou centenas de milhares de metros quadrados de área útil, que trazem a reboque novas docas para a carga e descarga de caminhões e a elevação significativa da capacidade de processamento de novos hubs instalados em pontos estratégicos do país.

Esses hubs descentralizam as operações, promovendo a redução do tempo das entregas, a maior interconexão entre centros de distribuição e terminais de carga, e otimizando o transporte, fator crucial durante o período de pico. A malha logística também está sendo reforçada, com veículos e rotas adicionais para Line Haul, além de veículos extras dedicados à última milha, oferecendo suporte e garantia de agilidade em cada uma das entregas.

Além dos investimentos em infraestrutura e frota, a atuação no período de pico contempla avanços tecnológicos e valorização dos colaboradores. Para isso, um plano de contingência de TI é implementado, para assegurar a continuidade operacional, apoiado por uma arquitetura robusta e servidores redundantes, minimizando riscos de interrupções durante o período de maior movimento.

Outro destaque é o reforço do quadro de funcionários, com milhares de colaboradores adicionais trabalhando em horários estendidos durante a semana e em plantões extras nos fins de semana, a fim de garantir que as operações sejam capazes de responder ao aumento na demanda sem perda de qualidade. O atendimento aos clientes e consumidores também está sendo reforçado, com a implantação de sistemas como a URA (Unidade de Resposta Audível), para assegurar suporte em horários ampliados.

Tangibilidade das entregas define a experiência do consumidor

A Black Friday é muito mais do que adquirir produtos com valores promocionais, trata-se de entregar confiança e fortalecer o relacionamento entre marcas e clientes. O êxito dessa missão depende da capacidade das transportadoras de antecipar desafios e executar estratégias eficientes, que permitam superar as expectativas do mercado. Cada encomenda entregue com rapidez e segurança representa uma oportunidade de fidelização, tornando a logística um diferencial competitivo decisivo para quem vende online.

Diante do cenário de recorde de vendas esperado para 2025, torna-se ainda mais evidente que o planejamento logístico é chave para o sucesso da Black Friday. Investir em tecnologia, expansão de infraestrutura, aumento de capacidade operacional e atendimento humanizado garante um bom posicionamento para enfrentar o pico de demanda e garantir a satisfação de varejistas e consumidores.