A operação logística do e-commerce é complexa e posso afirmar que o transportador sente essa complexidade na ponta. Entregar rápido, com rastreabilidade e baixo custo é um desafio constante. A pressão por prazos curtos e a expectativa cada vez mais alta do consumidor tornam a operação quase cirúrgica: qualquer falha na comunicação ou na previsibilidade entre embarcador e transportadora gera retrabalho e prejuízo imediato.

Logística multicanal: um nó que precisa ser desatado
Hoje, vender em múltiplos canais – seja loja própria, marketplaces ou redes sociais – exige uma operação sincronizada. Cada canal tem suas regras, prazos e formatos próprios, e o crescimento das vendas e da base de clientes apenas aumenta a complexidade.
Segundo a ABComm, o e-commerce brasileiro deve atingir R$ 234,9 bilhões em 2025, crescimento de 15% sobre 2024. Esse avanço reflete não apenas a expansão da demanda, mas também a maturidade das operações digitais no país. Para quem está na logística, isso significa mais volume, mais pressão e mais responsabilidade.
Estoque: previsibilidade é tudo
Gerenciar estoque em tempo real não é um luxo, é uma necessidade estratégica. Sistemas descentralizados ou mal integrados, como TMS e WMS que não conversam entre si, geram inconsistência de dados e aumentam o risco de ruptura. Uma venda realizada sem produto disponível não é apenas uma perda de receita: afeta diretamente a reputação da marca.
Na minha visão, centralizar e automatizar o controle de estoque é fundamental para que o transportador consiga planejar rotas, otimizar fretes e cumprir prazos com previsibilidade.
Frete: o diferencial competitivo
O frete deixou de ser apenas custo operacional – ele é um fator decisivo na experiência do cliente. Prazo, rastreabilidade e custo precisam estar alinhados. Uma cotação errada ou a escolha inadequada de transportadora afetam diretamente o SLA. Atrasos e reentregas aumentam custos e geram insatisfação.
De acordo com o relatório CX Trends 2025, 62% dos consumidores brasileiros ainda consideram o frete grátis como principal motivador de compra, seguido por qualidade do serviço (56%) e preço baixo (53%). Isso reforça que logística eficiente e experiência do cliente estão intimamente ligadas.
Emissão fiscal: o elo frágil
Outro ponto crítico é a emissão fiscal. Cada estado tem regras diferentes de ICMS e obrigatoriedades específicas, e qualquer falha pode barrar cargas ou gerar multas. Processos manuais são lentos e sujeitos a erros. Sistemas que integram emissão fiscal, gestão de estoque e frete permitem mais velocidade, previsibilidade e segurança na operação.
Tecnologia como aliada para escalar com eficiência
Não existe logística de e-commerce escalável sem tecnologia. Sistemas integrados, como TMS conectados a WMS e emissores fiscais, permitem que transportadoras e embarcadores operem com agilidade e minimizem erros.
Automatizar processos significa:
– Reduzir falhas na emissão fiscal
– Controlar estoque em tempo real
– Otimizar rotas e custos de frete
– Garantir entregas no prazo e com rastreabilidade
Empresas que investem nesse tipo de tecnologia não apenas ganham eficiência, mas fidelizam clientes e conquistam vantagem competitiva em um mercado cada vez mais exigente.
Se tem uma lição que a experiência prática nos mostra é que logística no e-commerce é muito mais que transporte. É integração, tecnologia e previsibilidade.
Quem não investe em sistemas integrados pode perder competitividade. A operação multicanal exige que cada ponto – frete, estoque e emissão fiscal – esteja conectado e automatizado. Só assim conseguimos entregar valor real ao cliente e manter a operação saudável.
No fim das contas, a logística eficiente não é apenas um custo: é um diferencial estratégico que define quem lidera o e-commerce brasileiro.