Há alguns anos, as mulheres passaram os homens em participação nas compras pela internet no Brasil. Junto com isso, veio o crescimento acentuado das categorias moda e acessórios, beleza e saúde. O tíquete médio dos homens é mais alto, uma vez que compram mais produtos eletrônicos e informática, mas as mulheres compram mais quantidade e, uma vez fidelizadas pela marca, tornam-se evangelistas da mesma.
A seguir, seguem algumas dicas de como abordar o público feminino.
Vamos lá:
1. Não venda produtos, venda sonhos: mulheres são apaixonadas e sonhadoras por natureza. A roupa do personagem da novela ou do filme, aquilo que “está na moda” ou que “está todo mundo usando” devem estar na vitrine da loja virtual que quer agradar esse público. Como descobrir isso? Ninguém mais antenado do que os jornalistas. Vá até uma banca de jornal e dedique algum tempo lendo as manchetes de revistas femininas e de variedades. São elas que ditam tendências e mostram o que está em alta.
2. A paixão: algumas categorias se destacam no gosto feminino, despertam verdadeira paixão. Mulheres amam sapatos e bolsas. Também compram online artigos de beleza e saúde. Se olharem e amarem, nada vai impedi-las de comprar. O produto em si é importante, mas boas imagens e descrições ajudam a despertar paixão. Mostre detalhes dos produtos: uma fivela dourada ou um pequeno laço vermelho fazem toda diferença. Explore o zoom. Publique depoimentos de outras consumidoras apaixonadas. Descreva aromas e texturas com sentimentos.
3. O inacessível: inclua em seu mix produtos que normalmente não são encontrados nas lojas tradicionais, artigos importados, grifes e novidades que não são muito fáceis de comprar. Na Victoria’s Secret, que é de difícil acesso no Brasil, por exemplo, a mulher vai à loja física e faz um cartãozinho com suas medidas dela… depois é só comprar pela numeração do cartão pela loja virtual. Algumas maquiagens de grife também são de difícil acesso no Brasil e oferecem oportunidades de diferenciação. É um desafio que deve ser feito a quatro mãos: você e seu fornecedor. Por isso é importante manter bom relacionamento e amizade com ele, que irá te ajudar num bom mix de produtos… e na sua margem de lucros!
4. Novidades: o inconsciente coletivo feminino é diferente do masculino. Elas sabem o que é “new”, que quase ninguém tem e, então, “eu quero ter”. A Internet é o lugar perfeito para isso. Ótimo lugar pra tirar ideias: a banca de jornal, de novo. Navegue em sites e portais femininos, acompanhe atentamente o que se diz nas redes sociais e fóruns. Assim como na vida real, seja um ouvinte atento ao que as mulheres estão dizendo.
5. Use e abuse de promoções: poucas mulheres resistem ao “era R$ 100 e agora (só para vc…) por R$ 25”. Dizem as más línguas que “um homem é capaz de pagar o dobro do preço por uma coisa que ele precisa e uma mulher é capaz de comprar uma coisa que ela não precisa se está pela metade do preço”. Brincadeiras à parte, habilite ferramentas de marketing viral e redes sociais para elas compartilharem as “barganhas” com as amigas.
6. Crie combos: explore ofertas do tipo “compre um e leve dois”. É uma das melhores jogadas para quem vende produtos femininos… Mulheres adoram ser prestigiadas. Se elas sentirem que por comprar algo, levam outra coisa de graça, é bem mais provável que comprem.
7. O indispensável: toda mulher precisa de um “esfoliador multitask super X”(!??). Elas sabem que não é indispensável, mas a frase “VOCÊ PRECISA TER UM” toca fundo no “eu” consumista feminino. Misture esse ponto com os itens 5 e 6 dessa lista e você terá uma receita de sucesso.
8. Venda praticidade: busque produtos que facilitem a vida. Mais uma vez, é importante o uso de boas imagens e descrições mostrando o “como usar”, “como fazer”. De novo: depoimentos de outras consumidoras satisfeitas influenciam na decisão.
9. Facilidade de pagamento: é possível pagar fácil? Em várias vezes no cartão? Sem ter que colocar a mão na carteira? Ela compra! Sem culpa! Lembre-se que as classes C e D estão presentes com força no e-commerce brasileiro. Esse público não olha para o preço à vista, e sim para o valor da parcela. Algumas lojas já parcelam em boletos e cheques. É um risco, mas em qual retorno alto não há riscos?
10. Rapidez: os sites que querem vender (muuuitos) produtos femininos precisam seguir esta dica: poucos cliques para fechar a compra. Isso porque se a compra se estender ela abandona o carrinho! A rapidez de fechar a compra é o que faz a mulher finalizar o processo. Você já fez um teste de usabilidade em sua loja virtual? Convide sua avó, tia, priminha, enfim, diferentes perfis de usuárias. Dê um vale compras pra elas e peça para comprarem algo em sua loja enquanto você observa. Esteja atento às principais barreiras encontradas. Faça testes.
Há empresas que vendem pesquisas de comportamento de compras detalhadas e específicas por sexo, idade e classe social. Claro que há muitos outros fatores psicossociais envolvidos no ciclo de compra, mas o que pretendemos aqui foi apresentar algumas dicas para que as lojas virtuais que atendem esse tipo de público melhorem seus serviços e seu faturamento, claro. Deixando as clientes satisfeitas, fica bom para todo mundo!
Autor: Maurício Salvador