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D2C na prática: como estruturar sua própria loja virtual

Por: Rhuan Willrich

Meu nome é Rhuan, sou CEO da Híbrido, um time incrível com mais de 120 pessoas e que cresce cada vez mais no mercado de ecommerce brasileiro (ah, estamos contratando!). Fui premiado em 2018 como Profissional do ano em E-commerce pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Meu compromisso diário é fazer com que lojas virtuais cresçam suas vendas online com resultado e sustentabilidade. Atuo também como palestrante e professor de marketing digital e e-commerce, disseminando boas práticas e provocando discussão acerca da construção de operações bem sucedidas utilizando ferramentas de marketing digital. Tenho um compromisso muito forte com o desenvolvimento de talentos no mercado digital, porque acredito que crescemos com um ecossistema forte e engajado.

O novo normal do varejo está aí. Como aproveitar o momento para crescer digitalmente no longo prazo, adotando uma estratégia direcionada ao consumidor? Confira a seguir as 3 principais áreas que seu e-commerce precisa ter para operar eficientemente.

10 anos em 1

No decorrer de 2020, testemunhamos uma mudança radical no modelo de negócios das empresas, muito mais ancorado ao digital. Em apenas um ano, o crescimento do setor de e-commerce se equiparou ao dos últimos dez (de 2009 a 2019).

Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), antes da pandemia, eram abertas cerca de 10 mil lojas online ao mês, em contraste com as 107 mil novas lojas que foram ao ar logo nos dois meses após as medidas de distanciamento social.

As empresas que foram impossibilitadas de vender fisicamente, mas se adaptaram ao ambiente digital, viram o faturamento aumentar, recebendo cerca de 2 milhões de novos consumidores que nunca haviam comprado pela internet antes.

Indústrias e consumidores mais próximos

Empresas dos mais variados setores vêm investindo em um canal de venda direta ao consumidor (Direct to Consumer ou D2C), alterando assim, o varejo como conhecemos.

De acordo com o levantamento da Híbrido com o ECBR, 48% das indústrias adotaram o D2C como um dos modelos de relacionamento com os consumidores.

A partir de agora, para não perder espaço, a indústria começa a experimentar uma abordagem mais dedicada à experiência de compra do público final, conferindo mais autonomia e maiores margens de lucro para as empresas.

Contudo, essa mudança não acontece da noite para o dia. Os desafios da indústria no e-commerce vão desde o planejamento estrutural, conflito de canais e principalmente a velocidade de adaptação à uma nova cultura organizacional.

Operação: colocando a mão na massa

Para investir em uma loja virtual própria é preciso repensar ou estruturar três áreas essenciais de acordo com a realidade da sua empresa:

1 – Tecnologia

Ao definir uma plataforma de e-commerce, avalia-se a expectativa de faturamento do canal dentro de 1 a 3 anos. O montante a ser investido em tecnologia será proporcional ao resultado esperado no período. Importante: não concentre boa parte do seu investimento na tecnologia, é fundamental que a empresa tenha caixa para acelerar a divulgação do novo canal de vendas após a publicação da loja virtual.

Tendo isso em vista, as plataformas de loja virtual são classificadas de acordo com o tamanho da empresa, dispondo de opções de entrada, intermediárias ou mais robustas e escaláveis. Soluções referente aos sistemas de pagamento, frete e gestão empresarial devem ser levadas em consideração.

Outro aspecto importante é analisar a profundidade ou expertise em tecnologia que sua equipe atual possui. Em alguns casos, será preciso contratar pessoal capacitado, ou ainda treinar um time existente, para que seja possível trabalhar alinhado com os parceiros.

Ainda nesse sentido, é ideal definir se os sistemas e processos serão integrados ou se algumas operações serão manuais. Dependendo do caso, é melhor viabilizar integrações de sistemas desde o início.

Por fim, quais são as peculiaridades do seu negócio e quais as novas tecnologias que irão auxiliar nos processos internos? Ou ainda, quão flexível é o seu negócio para abranger tecnologias já existentes?

É necessário que a empresa analise se possui maturidade suficiente para que o investimento se pague em 12 e 24 meses.

2 – Marketing

Sua marca é consolidada ou está começando no mercado? Não adianta investir em tecnologia e não atrair consumidores para sua loja virtual. Portanto, é fundamental adotar um plano de marketing digital.

Os principais canais para a concretização de vendas online hoje são as redes sociais, como Instagram, Facebook e Twitter, busca orgânica no Google, e-mail marketing e links patrocinados. Mas além de estar nas redes, é imprescindível conhecer perfil e hábitos dos clientes para se comunicar de forma eficiente.

Logo, deve-se observar se as ferramentas adotadas atualmente são capazes de alavancar a imagem do seu negócio. A empresa pode alocar um setor específico internamente ou contratar uma agência digital, dependendo de quanto tempo e recurso deseja investir.

3 – Operação

A terceira área requer a organização de todos os processos intrínsecos à empresa, entre eles: ter clareza sobre a expedição, cobertura de estoque, controle de logística e custos operacionais.

Não minimize possíveis contratempos. Para isso, é importante planejar e definir protocolos em casos de fraudes, logística reversa e ferramentas de atendimento. É o coração do negócio e onde você irá garantir clientes satisfeitos, fidelidade a sua marca e um aproveitamento maior de todo o canal de vendas.

Essa parte envolve ainda perceber o momento certo de crescer o time e automatizar os processos para garantir um funcionamento cada vez mais ágil e seguro. Nesse aspecto, é normal que a indústria tenha sua estrutura operacional desatualizada das principais soluções do mercado de e-commerce, e toda modificação estrutural parece muito desafiadora. Comece aos poucos, otimize as áreas que mais gerarão impacto no negócio, e naturalmente o e-commerce se tornará uma porta de entrada importante para ferramentas tecnológicas mais atuais e modernas, desde ERP, gateways de pagamento, conciliação bancária, CRM, BI e várias outras frentes.

Mentalidade inovadora e cultura de aprendizado

Talvez um dos maiores desafios da indústria quando adota o D2C seja a disrupção na cultura organizacional. A empresa que pretende fazer do comércio digital sua realidade, deve ter consciência que está adentrando em um modelo de negócio volátil e adotar uma postura de aprendizado e adaptação constante.

Não é possível continuar com a mentalidade tradicional e ultrapassada em uma realidade que se altera com frequência.

Portanto, as lideranças empresariais devem estimular a inovação através de discussões e pensamentos alinhados com a transformação digital.

Para que a adaptação ocorra de forma estruturada e seja consistente com o passar do tempo, é preciso empoderar os colaboradores a formarem uma cultura ágil e flexível que não apenas identifique os desafios, mas que os transformem em oportunidades de crescimento.

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