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Compras de fim de ano e o custo da falha de verificação de identidade no e-commerce

Por: Rodrigo Magalhães

head do Unico IDPay

Rodrigo é atualmente o CEO Latam da Unico, sendo responsável pela estratégia global da companhia, e Head do Unico IDPay, solução que garante a identidade e a titularidade do cartão de crédito no momento da compra online. Trabalhou no Itaú BBA por sete anos, tendo ingressado em maio de 2014 como diretor de Equity Sales Brasil. Em 2015, tornou-se Managing Director e responsável pela Distribuição Brasil (BM&F e Bovespa: vendas e trading) para clientes institucionais e do private banking. Em dezembro de 2016, tornou-se diretor estatutário e Head Global de Equities permanecendo nessa posição até maio de 2021, com equipes no Brasil, EUA e Europa. Rodrigo tem mais de 26 anos de experiência no mercado financeiro, tendo iniciado sua carreira no Banco de Investimentos Garantia em 1995 como trainee. Ele começou a trabalhar como operador na mesa de dívida soberana em 1996 e passou para a mesa de ações como operador em 1998, quando o Banco de Investimentos Garantia foi adquirido pelo Credit Suisse. Em seguida, trabalhou como trader em Nova York em 2001 por seis meses e, em 2002, foi transferido para Equity Sales e trabalhou na equipe de vendas de Nova York por quase um ano (outubro de 2003 a julho de 2004). Rodrigo construiu relacionamentos sólidos com clientes e foi altamente classificado entre os principais clientes locais e fundos soberanos. Como Managing Director do Credit Suisse (a partir de 2009), foi o membro mais sênior de vendas de ações da América Latina, possuindo ampla experiência na distribuição de ofertas públicas e negociações de bloco de ações na América Latina. Ele é formado em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas (1992 a 1995).

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O fim do ano é, historicamente, o período mais importante para o varejo brasileiro. Impulsionadas por promoções, Black Friday, 13º salário, entre outros, as vendas online ganham volume e relevância estratégica. Entretanto, junto desse crescimento, um velho problema se intensifica: a dificuldade dos sistemas de pagamento em reconhecer clientes legítimos.

Pessoa usando o celular em processo de verificação de identidade digital.
Imagem: Reprodução.

Dados recentes do estudo Unico Intelligence Report 2025 – Anatomia dos Pagamentos Negados mostram que esse desafio tem impacto direto no faturamento do varejo e na experiência do consumidor. A pesquisa, realizada em parceria com a Opinion Box, revela que nove em cada dez pagamentos negados no e-commerce são, na verdade, de clientes legítimos – pessoas reais, que desejam finalizar a compra, mas são barradas pelos sistemas de verificação.

O impacto invisível dos pagamentos negados

O impacto disso é profundo: estimativas indicam que o comércio eletrônico brasileiro perde entre R$ 120 bilhões e R$ 150 bilhões por ano em transações negadas com cartão não presente. Ainda mais grave: 34% dos consumidores desistem de comprar em uma loja após a primeira falha de pagamento. Em um período tão competitivo quanto o fim de ano, essa perda de confiança custa caro.

Ao contrário do que muitos imaginam, o problema não está concentrado em compras de alto valor. Mais da metade das negativas acontece em transações de até R$ 300, o que evidencia que a questão não é o crédito disponível, mas a incapacidade dos sistemas de identificar corretamente quem está do outro lado da tela.

Por que o modelo antifraude tradicional não dá mais conta

Isso expõe uma falha estrutural no modelo tradicional de ferramentas antifraude. Durante anos, o mercado concentrou esforços em validar o cartão de crédito, quando o elo essencial da transação é a identidade do consumidor. Ao tentar barrar o fraudador, o sistema acaba punindo também o cliente legítimo, e é essa a conta que realmente não fecha.

No fim do ano, quando o volume de transações cresce exponencialmente, esse modelo se torna ainda mais ineficiente. O consumidor quer rapidez, fluidez e segurança, e a boa notícia é que a tecnologia já permite isso. Hoje, é possível confirmar a identidade do comprador com alto grau de precisão, de forma simples e sutil na jornada de compra.

O papel da identidade digital na retomada da conversão

Não por acaso, 97% dos consumidores afirmam que estariam dispostos a retomar uma compra se o processo de verificação fosse rápido e intuitivo. Além disso, 44% já confiam mais na biometria do celular do que em senhas tradicionais – um sinal evidente de que o mercado e os usuários estão prontos para essa mudança.

À medida que o varejo digital ganha mais espaço nas compras de fim de ano, fica nítido que o futuro dos pagamentos passa pela combinação entre sistemas antifraude rígidos e processos de verificação de identidade mais inteligentes. Quando o sistema reconhece quem está comprando, a confiança aumenta, as perdas com fraudes diminuem, e a conversão e a receita crescem.

Para os varejistas, o recado é objetivo: modernizar a forma como se reconhece o consumidor não é mais uma vantagem competitiva – é uma necessidade para fechar o ano no azul.