O fim do ano é, historicamente, o período mais importante para o varejo brasileiro. Impulsionadas por promoções, Black Friday, 13º salário, entre outros, as vendas online ganham volume e relevância estratégica. Entretanto, junto desse crescimento, um velho problema se intensifica: a dificuldade dos sistemas de pagamento em reconhecer clientes legítimos.

Dados recentes do estudo Unico Intelligence Report 2025 – Anatomia dos Pagamentos Negados mostram que esse desafio tem impacto direto no faturamento do varejo e na experiência do consumidor. A pesquisa, realizada em parceria com a Opinion Box, revela que nove em cada dez pagamentos negados no e-commerce são, na verdade, de clientes legítimos – pessoas reais, que desejam finalizar a compra, mas são barradas pelos sistemas de verificação.
O impacto invisível dos pagamentos negados
O impacto disso é profundo: estimativas indicam que o comércio eletrônico brasileiro perde entre R$ 120 bilhões e R$ 150 bilhões por ano em transações negadas com cartão não presente. Ainda mais grave: 34% dos consumidores desistem de comprar em uma loja após a primeira falha de pagamento. Em um período tão competitivo quanto o fim de ano, essa perda de confiança custa caro.
Ao contrário do que muitos imaginam, o problema não está concentrado em compras de alto valor. Mais da metade das negativas acontece em transações de até R$ 300, o que evidencia que a questão não é o crédito disponível, mas a incapacidade dos sistemas de identificar corretamente quem está do outro lado da tela.
Por que o modelo antifraude tradicional não dá mais conta
Isso expõe uma falha estrutural no modelo tradicional de ferramentas antifraude. Durante anos, o mercado concentrou esforços em validar o cartão de crédito, quando o elo essencial da transação é a identidade do consumidor. Ao tentar barrar o fraudador, o sistema acaba punindo também o cliente legítimo, e é essa a conta que realmente não fecha.
No fim do ano, quando o volume de transações cresce exponencialmente, esse modelo se torna ainda mais ineficiente. O consumidor quer rapidez, fluidez e segurança, e a boa notícia é que a tecnologia já permite isso. Hoje, é possível confirmar a identidade do comprador com alto grau de precisão, de forma simples e sutil na jornada de compra.
O papel da identidade digital na retomada da conversão
Não por acaso, 97% dos consumidores afirmam que estariam dispostos a retomar uma compra se o processo de verificação fosse rápido e intuitivo. Além disso, 44% já confiam mais na biometria do celular do que em senhas tradicionais – um sinal evidente de que o mercado e os usuários estão prontos para essa mudança.
À medida que o varejo digital ganha mais espaço nas compras de fim de ano, fica nítido que o futuro dos pagamentos passa pela combinação entre sistemas antifraude rígidos e processos de verificação de identidade mais inteligentes. Quando o sistema reconhece quem está comprando, a confiança aumenta, as perdas com fraudes diminuem, e a conversão e a receita crescem.
Para os varejistas, o recado é objetivo: modernizar a forma como se reconhece o consumidor não é mais uma vantagem competitiva – é uma necessidade para fechar o ano no azul.