Segundo o relatório Webshoppers 46, elaborado pela NielsenIQ | Ebit, em parceria com a Bexs Pay, 54% dos brasileiros que fazem compras online optaram por realizar suas operações em plataformas de empresas estrangeiras no primeiro semestre de 2022. Ainda de acordo com o levantamento, as categorias de moda e acessórios (28%) e de eletrônicos (24%) são as que possuem o maior destaque, seguidas de informática (18%), casa e decoração (17%) e brinquedos e games (9%). Os dados evidenciam uma mudança de consumo e uma oportunidade para as marcas que desejam expandir a sua atuação para além das fronteiras.
O Cross Border Direct-to-Consumer (D2C) tem demonstrado um crescimento significativo nos últimos anos, impulsionado pelo avanço da tecnologia, globalização e mudanças nos hábitos de consumo. O modelo é uma combinação de acesso direto ao consumidor, alcance global, customização, agilidade e controle da marca. Esses fatores proporcionam às empresas uma vantagem estratégica na construção de relacionamentos mais próximos com os clientes, expansão internacional e adaptação rápida às demandas do mercado.
Benefícios do Cross Border D2C
Entre os benefícios está a possibilidade de as companhias venderem seus produtos diretamente aos usuários, eliminando os intermediários da cadeia de suprimentos de alguns setores. Isso oferece às empresas maior controle sobre a experiência do cliente, desde a produção até a entrega final. Dessa forma, é possível atingir também uma audiência global, por meio do comércio eletrônico, sem a necessidade de estabelecer presença física em cada país. Isso possibilita que negócios de qualquer tamanho alcancem consumidores em todo o mundo, abrindo novos mercados e oportunidades de crescimento, além de permitir uma maior customização e personalização dos produtos e experiências.
Ao vender diretamente às pessoas, é possível também coletar dados e informações valiosas sobre suas preferências, comportamentos de compra e necessidades individuais. Tais informações são valiosas para personalizar ofertas, recomendações e experiências de compra, proporcionando aos clientes uma sensação de exclusividade e atendimento personalizado.
A agilidade e a flexibilidade proporcionadas pelo modelo D2C são outros importantes diferenciais, pois permitem que as companhias sejam ágeis e flexíveis na adaptação às necessidades do mercado. Sem depender de intermediários, elas têm maior liberdade para ajustar rapidamente sua estratégia de negócios, lançar novos produtos e realizar testes. Esses fatores podem ser especialmente vantajosos em setores altamente competitivos e em constante evolução.
Por fim, vale ressaltar o controle da marca sobre a jornada do seu consumidor. Isso porque, com o modelo, as empresas têm controle total sobre a apresentação de sua marca e a vivência do usuário, podendo transmitir a sua mensagem de forma consistente, desde a identidade visual e comunicação de marca, até a garantia da experiência do cliente de acordo com os seus próprios padrões de alta qualidade e valores da empresa.
Desse modo, a principal dica para aqueles que desejam entrar no segmento é ter planejamento estratégico e pesquisa de mercado. Antes de iniciar na área Cross Border D2C, é essencial produzir um plano detalhado. Isso envolve realizar um estudo do setor abrangente para entender o cenário competitivo, as demandas dos consumidores, as tendências de compra e as particularidades dos mercados estrangeiros nos quais pretende atuar, já que cada região possui suas próprias características e necessidades específicas. Compreender esses aspectos é fundamental para adaptar produtos, serviços e estratégias de marketing.
Além disso, é necessário levar em consideração as diferenças culturais, as questões regulatórias, logísticas e os desafios específicos do comércio internacional. Isso auxiliará a identificar oportunidades que possam surgir ao expandir para outros países, de modo a maximizar as chances de sucesso ao entrar no mercado de Cross Border D2C.