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Como a automação transforma engajamento em fidelidade no e-commerce

Por: Camila Olaechea

Diretora Comercial da SAP Emarsys para a LATAM

Como Diretora Comercial da SAP Emarsys para a LATAM, Camila Olaechea é uma líder com mais de uma década de experiência na SAP. Sua expertise está em guiar grandes marcas na transformação digital, utilizando estratégias de engajamento omnicanal. Camila apoia empresas de diversos setores a conectar dados, inteligência artificial e automação para personalizar a experiência do cliente em escala, resultando em maior retenção, fidelização e crescimento de receita.

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No e-commerce, o tema “engajamento” costuma aparecer especialmente nas discussões sobre crescimento de resultados. Na prática, o que diferencia as empresas que conseguem transformar interações diárias em um relacionamento sério com o cliente é a capacidade de conectar estratégia, tecnologia e compreensão profunda com o que ele está buscando. A fidelidade nasce desse encontro, não apenas da soma de campanhas ou incentivos.

Homem usando um laptop em ambiente interno com plantas ao redor.
Imagem: SAP.

Automação não é sinônimo de fidelização

Ao longo do tempo, percebi que nesse mercado existe uma confusão comum entre automação e fidelização. Embora caminhem juntas, é importante reforçar que elas não são iguais.

A automação é a base operacional que permite executar com velocidade e consistência. Ela conecta dados, ativa jornadas e organiza processos que, manualmente, seriam impossíveis de sustentar. Já a fidelização é uma decisão estratégica, que envolve saber onde investir tempo, energia e recursos para gerar valor. Não é sobre fazer mais, mas sobre fazer com inteligência.

Já a fidelização vem antes e em outra camada. É a capacidade de processar, interpretar e transformar dados em conhecimento acionável sobre cada pessoa. Na prática, fidelizar não significa tratar toda a base da mesma forma, mas entender quais clientes de fato impulsionam o negócio, os que têm potencial de crescimento e quem encontra na marca algo relevante para sua jornada de consumo. É um projeto de longo prazo, que exige leitura de comportamento, visão de ciclo de vida e escolhas que precisam ser consistentes e baseadas em dados.

Estrutura sólida antes da escala inteligente

A lealdade é consequência de um relacionamento individualizado entre marca e cliente, fundamentado em dados confiáveis e traduzido em experiências que fazem sentido.

Por isso, antes de olhar para fora, no entanto, é essencial olhar para dentro. A fidelidade só se sustenta quando a empresa tem uma estrutura capaz de entregar o que promete. Isso inclui organização de dados, clareza operacional, eficiência de CRM e processos que funcionam de ponta a ponta.

Com o apoio das soluções baseadas em IA, a automação acelera essa base para reduzir tarefas repetitivas, qualificar informações, orientar decisões e liberar o time para atuar de forma mais estratégica. Com essa maturidade interna, surge a possibilidade de escala inteligente. Por isso, a mudança precisa acontecer internamente para, depois, se tornar externa.

Quando essa estrutura existe, o relacionamento muda de patamar. A marca passa a reconhecer não apenas o que o cliente comprou, mas como seu comportamento evolui ao longo do tempo. A fidelidade deixa de ser transacional e se torna contextual. Isso permite construir jornadas mais humanas, não porque são delicadas ou sentimentais, mas porque respeitam a lógica de cada pessoa.

Como automação e estratégia formam a base da fidelidade contextual

O que motiva um cliente pode ser completamente diferente do que mobiliza outro, mesmo que os dois façam compras da mesma marca. Portanto, a fidelidade é contextual e depende das expectativas, do momento de vida e das prioridades de cada perfil.

Nesse contexto, a automação torna possível traduzir essa complexidade em ações contínuas. Ela conecta canais, garante consistência, identifica o melhor momento para cada interação e transforma dados em decisões práticas. A tecnologia não substitui a sensibilidade humana, ela amplia a capacidade da marca de agir de forma coerente, precisa e relevante.

Essa união entre estratégia e execução fica evidente em exemplos como o do FC Bayern. O clube utiliza dados para compreender torcedores do mundo inteiro, integra processos e sustenta experiências personalizadas em diferentes pontos de contato, do estádio às plataformas digitais. A automação permite atender milhões de fãs com a mesma consistência, ao mesmo tempo em que oferece informações estratégicas para decisões internas.

No e-commerce, a lógica é a mesma. Os relacionamentos fortes nascem de operações bem estruturadas, tecnologia aplicada com propósito e leitura precisa de quem realmente impulsiona o negócio.

Quando pensamos assim, o engajamento deixa de ser uma métrica isolada e se torna parte de uma visão mais ampla. É essa visão que transforma interações momentâneas em fidelidade. A automação entrega velocidade e precisão, a estratégia direciona os recursos, e a sensibilidade humana garante que cada decisão faça sentido para o cliente.

Nesse ponto de conexão, as marcas constroem relações que evoluem, geram valor e sustentam o crescimento de forma consistente. Essa combinação é o que permitirá que elas cresçam de forma sustentável nos próximos anos.