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Cinco maneiras de usar a IA no e-commerce sem medo e com eficiência

Por: Guilherme Martins

Cofundador da Eitri

Com mais de 19 anos de experiência em Engenharia de Tecnologia da Informação, Guilherme Martins é co-fundador da Eitri e um profissional de destaque no setor. Formado em Engenharia da Computação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, ele possui uma trajetória acadêmica robusta, incluindo cursos no MIT sobre "Internet of Things‬ Roadmap to a Connected World" e "IoT Internet of Things", além de uma capacitação em Engenharia de Software, Negociação e Projetos de Software também pela PUC-Rio. Guilherme ainda se especializou em Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina pela Texas McCombs School of Business. Ao longo de sua carreira, acumulou vasta experiência na indústria da internet, passando por empresas como B2W Digital, Ideais Tecnologia, Volanty e Calindra. Seu know-how abrange áreas como desenvolvimento em Java, Android, JavaScript e Groovy, além de e-commerce e metodologias ágeis, consolidando sua expertise em tecnologia e inovação.

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A inteligência artificial generativa chegou de forma avassaladora despertando curiosidade, gerando dúvidas e, em muitos casos, provocando receios. Para quem trabalha com varejo e e-commerce, o desafio é ainda maior: como incorporar a tecnologia ao dia a dia sem comprometer a criatividade, a estratégia ou a segurança dos dados? A resposta pode estar justamente em entender a IA não como uma ameaça, mas como uma aliada poderosa, capaz de otimizar tarefas operacionais, acelerar processos e apoiar decisões mais inteligentes.

Laptop com ícones de carrinho de compras e inteligência artificial na tela, ao lado de uma sacola de papel, sobre uma mesa com fundo digital azul.
Imagem gerada por IA.

A seguir, cinco maneiras práticas de usar essa tecnologia no e-commerce com eficiência e sem medo, valorizando o que ela tem de melhor, sem abrir mão do olhar humano que move os negócios.

1 – Usando IA como um “superestagiário”, não como inimiga

A IA não precisa ser encarada como ameaça. Pelo contrário, temos que imaginá-la como um “superestagiário” – aquele que trabalha rápido, com energia de sobra e está sempre disponível.
Ela pode automatizar tarefas operacionais, organizar informações, montar rascunhos de campanhas, sugerir descrições de produtos, gerar insights com base em tendências, tudo em poucos segundos. Com isso, é possível ganhar tempo para focar no que realmente importa: pensar estrategicamente, tomar decisões baseadas em dados e investir mais em criatividade.

2 – Testar faz parte da curva de adoção

Ninguém nasceu sabendo usar inteligência artificial e não é necessário dominar tudo para começar. É possível experimentar ferramentas no dia a dia, mesmo que ainda com receio ou de forma discreta, como muitos profissionais e líderes já fazem. O mais importante é dar os primeiros passos: testar um prompt, gerar uma ideia, pedir uma sugestão. Se funcionar, excelente. Se não, serve como aprendizado para a próxima tentativa. Assim como aconteceu com outras tecnologias transformadoras, como as redes sociais ou as automações de e-mail, a IA também exige um período de adaptação. Nesse início, curiosidade e humildade contam mais do que perfeição.

3 – Validar tudo é indispensável

A IA é ótima para velocidade, mas não substitui o olhar crítico. Ela pode gerar textos, ideias de campanha, sugestões de copy e até variações de layout. Mas a responsabilidade pela entrega final continua sendo humana. Isso significa que é necessário sempre revisar, ajustar, validar. A experiência, o conhecimento do público, da marca e do canal de vendas seguem sendo essenciais. A inteligência artificial oferece um ponto de partida, mas a qualidade e a verdadeira relevância surgem apenas quando entram em cena a análise crítica e o toque humano.

4 – Potencializando campanhas: dados + IA = segmentação inteligente

A combinação entre dados do negócio e inteligência artificial pode impulsionar as campanhas de marketing digital. Com base em perfis de compra, comportamento de navegação e feedbacks, a IA gera sugestões de segmentação, ideias de anúncios, variações de texto e até previsões de comportamento. No varejo, isso se mostra especialmente útil em estratégias de retail media, com anúncios exibidos dentro das próprias plataformas de venda, como marketplaces. A tecnologia permite identificar gargalos de performance em tempo real, testar abordagens personalizadas para nichos específicos e ajustar campanhas com mais agilidade. Quanto mais informações de qualidade forem fornecidas à IA, melhores tendem a ser os resultados entregues.

5 – Criatividade não morre com IA – ela se multiplica

A IA não substitui a visão criativa, mas amplia possibilidades. Permite testar novas abordagens com mais agilidade, gerar variações de conteúdo para diferentes públicos e visualizar ideias que talvez não surgissem de forma espontânea. Também é possível transformar conceitos abstratos em imagens, rascunhos ou protótipos com poucos comandos. O diferencial está em saber o que pedir e como interpretar o que é gerado, algo que exige repertório, clareza de objetivos e sensibilidade humana – qualidades que nenhuma tecnologia, por mais avançada, consegue reproduzir por completo.