Como um viciado em séries sempre assisto os seriados olhando além dos personagens e de suas piadas ou dramas tentando trazer alguma lição para o mundo real. A vida imita a arte ou a arte imita a vida, alguém já disse isso uma vez.
Para quem nunca viu o seriado em questão, Saul Goodman é um advogado com uma inteligência emocional bem peculiar e quase sempre a usa para atitudes questionáveis.
Em um dos episódios, onde está trabalhando em uma grande empresa de advocacia em um caso de uma ação coletiva movida a favor de um grupo de idosos contra a casa de repouso onde vivem, ele é responsável por captar os clientes convencendo-os a contratar a empresa para a ação coletiva.
Podemos dizer que é um processo de vendas como qualquer outro, porém com a diferença que é regulamentada pela ordem dos advogados americana e ele não pode ir falar diretamente com os idosos podendo ser acusado pela defesa de convencer os idosos de forma ilegal.
A empresa em que trabalha usa o meio mais tradicional (e que já estão acostumados a trabalhar a anos) e envia uma mala-direta a todos os idosos (hummm) falando sobre a ação coletiva e pedindo que a respondam para fazer parte do processo e, advinha? Quase nenhuma resposta.
É claro que o Saul usa um meio um tanto duvidoso e consegue 200 clientes em uma só dia, mas é posto contra a parede pela equipe de advogados de sua empresa e é obrigado a achar outra maneira.
Fazendo um paralelo com o mundo real, podemos dizer que também existem maneiras duvidosas de conseguir clientes e o próprio consumidor ou o mercado te coloca contra a parede, certo?!
Mas voltando à série, pensando um pouco mais, Saul lembra-se de algumas visitas que fez a essas casas de repouso, e percebeu que em determinado momento do período da tarde todos os idosos param tudo o que estão fazendo para assistir um programa de TV.
Ele sabe exatamente os horários e o drama que o tal programa trata e bingo! Gasta U$ 200,00 para produzir um vídeo (feito por estudantes de cinema) bem emotivo e que aproveita o sentimento do programa exibido e, é claro, usando uma senhora idosa como protagonista.
Paga mais U$ 700,00 para exibi-lo no intervalo do programa (ahh tá, U$ 700,00 para exibir um comercial na televisão? Sim! Um horário que o público alvo não é “interessante” para a maioria dos anunciantes).
É claro que Saul faz toda a produção e exibição do programa sem autorização dos sócios da empresa, pois se fosse por esse caminho provavelmente não iria conseguir aprovação.
Se conseguisse, iria gastar muito dinheiro e provavelmente demoraria meses e também porque ele é o Saul e ele é assim. Acho que nem preciso dizer que, do ponto de vista de captar os clientes, o negócio foi um sucesso…
Parece algo simples achar o meio certo de falar com seu consumidor, mas será que conseguimos fazê-lo? Ou será que a última moda é sempre mais interessante e nos deixamos seduzir por ela?
O planejamento de vendas, da criação de uma empresa ou mesmo de suas ações de marketing digital devem ser simples, especialmente no início do processo.
Vá à essência de tudo, descubra quem é teu consumidor, para quem irá vender e só depois se pergunte como!