No e-commerce, o clique é rápido, mas a decisão de compra, não.
O que muitas vezes define se um cliente fecha o carrinho ou abandona a página é algo menos visível que o layout e mais estratégico que o frete grátis: o crédito.

Nos últimos anos, o crédito deixou de ser apenas um serviço bancário para se tornar uma vantagem competitiva, seja ele um BNPL, antecipação de recebíveis ou capital de giro para parceiros. Essas ofertas estão redesenhando a jornada do consumidor e abrindo novas frentes de crescimento para lojistas. Hoje, oferecer crédito é mais do que facilitar a compra. É transformar o relacionamento com o cliente em receita recorrente, fidelidade e previsibilidade.
A força dos números
Os números confirmam esse movimento. De acordo com dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABBComm), o e-commerce brasileiro cresceu mais de 10% em 2024 em relação ao ano anterior, tendo arrecadado mais de R$ 204 bilhões, com um ticket médio de R$ 492. Para 2025, estima-se que o faturamento atinja mais de R$ 234 bilhões, o que representa um crescimento de 12% em relação a 2024, e um aumento no ticket médio para R$ 539. Segundo a associação, mais de 94 milhões de brasileiros devem fazer ao menos uma compra online no período.
Esses são números robustos que reforçam o enorme potencial e impacto que o e-commerce exerce na nossa economia – e também o horizonte de possibilidades para as empresas que atuam no setor. Mas em um mercado com tanta competição, onde está o diferencial?
Na experiência. Mais especificamente, no checkout.
Crédito como diferencial competitivo
O consumidor quer pagar com poucos cliques, sem fricção, com alternativas que caibam no bolso e no limite disponível. Cartão recusado? Cadastro longo? Taxa alta? Um clique fora e lá se vai a conversão.
Nesse cenário, o crédito embutido na jornada de compra muda o jogo. E muda também para quem vende. Ao oferecer crédito diretamente ao cliente, o lojista expande a base de consumidores (incluindo não bancarizados), acompanha o risco de perto, melhora o controle sobre a inadimplência e ainda passa a ganhar também com os juros. É uma nova fonte de receita.
Mas oferecer crédito não é trivial. Envolve análise de risco, compliance, infraestrutura e governança. E é aí que entram fintechs especializadas, que oferecem soluções tecnológicas sob medida para essa jornada. São plataformas que combinam APIs escaláveis, motores de decisão configuráveis, verificação antifraude, onboarding inteligente, integração com bureaus, Open Finance e muito mais. Em vez de reinventar a roda, os e-commerces podem contar com essas infraestruturas prontas, e customizáveis, para operar crédito de forma segura, rápida e eficiente. Assim, transformam um processo complexo em um diferencial competitivo real.
O futuro do crédito no e-commerce
Acredito muito que a integração de serviços financeiros às plataformas de e-commerce deve se intensificar sobremaneira nos próximos anos, por meio de APIs e dados conectados, além do uso de IA generativa e machine learning para realizar análises de risco precisas, detectar tentativas de fraudes em real timing e agir de forma preventiva. O varejo, especialmente o e-commerce, passa por um momento de transformações profundas, e as empresas que souberem se antecipar às necessidades de seus clientes definitivamente terão uma grande vantagem competitiva.
A corrida já começou. E quem entender que o crédito é parte da jornada de compra, e não um produto à parte, vai sair na frente.