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A métrica que separa lojas de R$ 100 mil das que faturam milhões no e-commerce

Por: Gustavo Esteves

Fundador e CEO da Métricas Boss, Autor do livro “Menos Achismo Mais Dados” e já trabalhou em gigantes como B2W. Autoridade na área de Digital Analytics, com mais de 15 anos de experiência e 3 mil projetos atendidos, incluindo gigantes como PUC, Rede D’Or, Globo, Stanley, Médico Sem Fronteiras, Alura, entre outras. Atua como Mentor, Palestrante e Professor. Eleito por voto popular um dos destaques de Business Intelligence e Métricas pelo Digitalks, além de ser Host do Podcast Analytics Talks, o podcast mais ouvido de Analytics no Spotify.

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Ilustração comparando lojista focado em tráfego e outro em conversão, destacando que otimizar vendas é mais eficiente que buscar mais visitas.
Imagem: Reprodução.

Existe um ponto de inflexão invisível no e-commerce brasileiro. Um momento em que lojistas precisam escolher entre continuar jogando dinheiro em tráfego ou começar a otimizar o que realmente importa: conversão.

O relatório Nuvem Commerce 2025, da Nuvemshop, mapeou mais de 150 mil lojas no Brasil e trouxe dados que precisam estar na mesa de todo gestor de e-commerce. E o que os números revelam é brutal: a obsessão por tráfego é o que separa quem cresce de quem está parado.

O abismo entre quem mede cliques e quem mede conversões

Lojistas que faturam abaixo de R$ 100 mil por mês têm um comportamento padrão: medem CPC, impressões, alcance e CLV (custo por lead/venda). A estratégia é clara: trazer mais gente para dentro da loja.

Já os lojistas que faturam acima de R$ 100 mil mensais operam em outra frequência. Eles medem add to cart, taxa de abandono de carrinho, lifetime value (LTV), pontos de atrito no checkout e microconversões ao longo da jornada.

A diferença não é fazer melhor. É analisar melhor.

E essa diferença se traduz em números concretos. Vamos ao exemplo prático:

– Lojista A (taxa de conversão de 0,82%): Investe R$ 5 mil, gera 10 mil visitas, fatura R$ 10 mil.
– Lojista B (taxa de conversão de 1,28%): Investe R$ 5 mil, gera 10 mil visitas, fatura R$ 25 mil.

Mesmo tráfego. Mesmo ticket médio. R$ 15 mil de diferença na receita.

Isso não é sorte. É CRO (Conversion Rate Optimization) aplicado na prática.

Por que mais tráfego não resolve o problema de quem não converte?

A armadilha do tráfego é sedutora. Mais visitas parecem a solução óbvia para mais vendas. Mas os dados do Nuvem Commerce 2025 mostram o contrário.

A maioria dos e-commerces brasileiros não aumenta vendas porque aumenta o tráfego. Aumentaria se corrigisse os pontos de atrito na jornada de compra.

Quando você joga mais tráfego em um site com problemas de conversão, você está apenas multiplicando o desperdício. É como tentar encher um balde furado com mais água, em vez de tapar o buraco.

O estudo revelou que esse padrão se repete em todos os segmentos analisados – de moda a alimentos, de eletrônicos a casa e decoração. Não importa o nicho: quem entende onde e por que o cliente trava consegue destrancar crescimento.

As métricas que lojistas de alta performance monitoram (e você deveria também)

Se você ainda está medindo apenas visitas, impressões e CPC, está jogando às cegas. Os lojistas que escalaram acima de R$ 100 mil mensais, segundo o Nuvem Commerce 2025, têm um dashboard completamente diferente.

Eles acompanham:

1. Taxa de adição ao carrinho: quantos visitantes realmente demonstram intenção de compra.
2. Taxa de abandono de carrinho: onde o interesse esfria antes da conversão.
3. Microconversões: cadastros, visualizações de produto, uso de cupons, tempo em páginas estratégicas.
4. Pontos de atrito no checkout: campos desnecessários, falta de formas de pagamento, frete mal apresentado.
5. Lifetime value (LTV): quanto cada cliente gera de receita ao longo do tempo, não apenas na primeira compra.

Essas métricas contam uma história. E é essa história que permite identificar onde o cliente desiste, por que ele desiste e como reverter isso.

O que fazer quando você descobre que o problema não é tráfego?

Digamos que você olhou suas métricas e confirmou: seu problema não é o volume de visitas. É conversão. O que vem agora?

– Mapeie a jornada de conversão do início ao fim. Desde o primeiro clique no anúncio até a confirmação de compra. Identifique cada etapa onde há queda significativa de usuários.

– Teste hipóteses de melhoria uma por uma. Simplifique o checkout. Adicione provas sociais nas páginas de produto. Deixe o frete visível antes do carrinho. Cada ajuste precisa ser medido.

– Entenda o comportamento real dos seus usuários. Ferramentas como heatmaps, gravações de sessão e análise de funil mostram o que os números sozinhos não revelam.

O Nuvem Commerce 2025 deixa claro: lojas que crescem não são as que têm mais budget. São as que entendem melhor o comportamento de compra e agem sobre esses insights.

A pergunta que todo lojista deveria fazer agora

Se você investisse R$ 5 mil em tráfego hoje, quantos desses visitantes realmente comprariam? E mais importante: você sabe por que os outros não compram?

Porque se a resposta for “preciso de mais tráfego”, talvez o problema esteja em outro lugar. E os dados do maior estudo de e-commerce do Brasil em 2025 confirmam isso.

A diferença entre faturar R$ 10 mil ou R$ 25 mil com o mesmo investimento não está no topo do funil. Está na capacidade de converter quem já está dentro da sua loja.

Tráfego traz gente. Conversão traz receita.

E você, está medindo o que realmente importa?

    Sobre o estudo: O relatório Nuvem Commerce 2025 analisou dados de mais de 150 mil lojas virtuais brasileiras na plataforma Nuvemshop, mapeando padrões de comportamento, métricas de sucesso e diferenças estratégicas entre e-commerces de diferentes faixas de faturamento.