Quando analisamos as integrações do varejo omnichannel, temos que entender de perto um ponto que impacta a logística das operações: o frete, item essencial para a melhor experiência e fidelização do cliente no varejo com diferentes canais.
Ao entrarmos na operação de frete, precisamos entender tudo o que engloba essa questão e os impactos nas entregas de pedido. O olhar aqui precisa ir além de produto solicitado/estoque para retirada. É necessário analisar, por exemplo, a localização do consumidor, a localização e disponibilidade ideal do produto (SKU) em estoque, o preço do transporte e o prazo da entrega. Mas, como ir além?
Os pontos essenciais sobre a logística do frete
São alguns os itens essenciais que analisamos de perto na operação omnichannel. Listamos abaixo algumas nomenclaturas para você começar a se familiarizar com os termos:
Quebra de fulfillments
Trata a parte de montagem da entrega do pedido, com os produtos escolhidos pelo cliente versus a disponibilidade no ponto de venda (PDV) — seja uma loja própria, franquia ou centro de distribuição.
Prazo de manuseio
É o tempo que leva para manusear a carga no estoque para a entrega.
Análise de macrorregião e geolocalização, os dias de recesso
Para não ter interferência no prazo da entrega e otimizar as questões de valor do frete.
A gestão da tabela de fretes
Para o leilão de melhor valor final ao cliente e a análise de áreas não atendidas naquela venda.
De forma geral, uma operação que contém múltiplos canais de abastecimento demanda inteligência na seleção da melhor “filial” para atendimento do pedido do cliente. Quando o produto foi escolhido e o consumidor passa para a fase de inserir o CEP no carrinho, a tecnologia deverá trabalhar para selecionar a melhor modalidade de frete e o melhor ponto de venda para atender a entrega (ou retirada) daquele pedido. Ou seja, fazer o possível para o cliente da loja sempre ver a melhor cotação possível de frete. Isso minimiza as chances de frustração ou abandono da compra.
Quais as variáveis analisadas para o processo de cotação do frete?
No mundo omnichannel, tudo infere em custo e localização na operação. Para a mesma ser eficaz e entregar valor aos clientes neste varejo omnichannel, entendemos e cruzamos informações de um conjunto de fatores no processo de cotação do frete. Dentre eles:
- Localização do cliente
- Modalidades de frete
- Localização das lojas / pontos de vendas
- Prazo de entrega
- Valor da entrega
- Nível de estoque das lojas
- Score da loja
- Transportadoras disponíveis
Além destes itens, num país continental como o Brasil, analisamos as macrorregiões para atendimento do local mais próximo. Seja para o envio pelo lojista, seja na retirada do produto pelo consumidor. Com a otimização do preço de frete ao lojista (no frete grátis) ou no pagamento pelo cliente (absorvendo o valor de frete na compra), é possível incrementar as vendas no varejo, trazendo uma maior e melhor conversão de pedidos.
Além disso, nesta análise também ocorre uma entrega mais ágil ou mesmo a retirada do produto em algumas horas ou no mesmo dia pelo consumidor. O desejo pelo produto pode se converter numa possibilidade de cross selling ou up selling — caso o consumidor opte pela retirada num PDV próximo de sua casa ou local de trabalho.
Modelos de entrega e retirada de produtos
Esses processos logísticos na operação omnichannel de análise de entrega, prazo e custo de entrega, contam com alguns conceitos essenciais:
- ship from store: consumidor recebe o pedido despachado do estoque de um loja física.
- ship from CD: o consumidor recebe o pedido despachado do estoque de um centro de distribuição.
- pick up in store: o consumidor vai retirar o produto na loja mais próxima.
Ship from store
Nessa modalidade são priorizadas as filiais (lojas próprias, franquias ou CD) disponíveis numa determinada macrorregião. A aplicação ocorre de acordo com a modalidade de frete escolhida no leilão por custo de entrega. Ou seja, o consumidor receberá a sua compra e os seus produtos no menor tempo, com uma melhor otimização de valor de frete. Consequentemente isso favorece à uma maior fidelização do cliente pelo lojista.
Ship from CD
Aqui são apresentadas apenas as lojas que estão dentro da macrorregião do CEP de destino, com o estoque disponível de produto. Se a loja mais próxima não tiver o item em estoque, pode ser abastecida pelo CD — que recebe o pedido e envia para loja — ou mesmo por uma outra loja física, que também recebe o pedido e o envia para retirada na loja escolhida pelo cliente. Esse é um dos motivos pelos quais afirmamos que uma operação omnichannel tem capacidade de transformar as lojas em minicentros de distribuição. Afinal, toda a operação fica interligada para elevar a conveniência do consumidor.
Pick up in store
Nessa opção, o consumidor pode retirar os produtos na hora e dia que desejar. O lojista ainda tem a opção de incrementar o ticket médio da sua venda, oferecendo um cross selling numa ação de marketing diferenciada ou mesmo um up selling no momento da retirada do produto. Em média, 35% das pessoas que retiram produtos em loja comprar itens adicionais.
Omnichannel e o “novo normal”
No chamado “novo normal” que estamos vivendo, com lockdown e vendas essencialmente online e novas regras de atuação dos lojistas no varejo, vimos que essa nova realidade não é tão nova assim para aqueles que já estavam na frente e focados em transformação digital. O omnichannel mais uma vez se mostra essencial para a saúde dos negócios e dos consumidores. Durante a pandemia, segundo análises de mercado, varejistas que possuem esta integração de múltiplos canais de vendas estão conseguindo girar com uma maior eficácia sua produção e seus estoques. E, como resultado, estão garantindo melhor conversão no dia a dia das operações de vendas.