Após um resultado negativo em julho, o varejo brasileiro voltou a cair no faturamento em agosto. Dessa vez, o indicador ficou em 1,4%, já descontada a inflação acumulada de 4,95% nos últimos 12 meses. Em termos nominais, houve crescimento de 3,5% no período. Os dados são do Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA).

Segundo o levantamento, a combinação entre inflação e cautela do consumidor reduziu o volume real de vendas. O resultado acompanha a desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) observada no segundo trimestre.
Vendas online e presenciais
O e-commerce registrou crescimento nominal de 3,9% em agosto. As vendas presenciais subiram 3,4% em relação ao mesmo mês de 2024.
Desempenho por setor
Os três macrossetores analisados apresentaram queda no mês. Veja:
Serviços: retração de 1,8%. Apesar do avanço de Turismo e Transporte, o desempenho negativo de Bares e Restaurantes pressionou o resultado.
Bens não duráveis: queda de 0,4%, acompanhando o movimento de Supermercados e Hipermercados. O relatório do ICVA destaca que a alimentação dentro do domicílio apresenta tendência de deflação, reflexo da desaceleração nas compras e de ajustes na demanda.
Bens duráveis: recuo de 4,1%. Móveis, eletrodomésticos, lojas de departamento e materiais de construção tiveram os piores resultados, enquanto Turismo, Transporte e Postos de Combustíveis registraram avanços.
O estudo aponta que o consumidor permanece sensível a preços e prioriza itens essenciais em um cenário de juros elevados.
Desempenho regional
Na comparação real, já descontada a inflação, o Norte liderou as quedas, com 4%, seguido por Centro-Oeste (2,7%), Sul (2,3%), Nordeste (1,1%) e Sudeste (1%).
Em termos nominais, o Sudeste apresentou a maior alta (4%), seguido por Sul (3,4%), Nordeste (2,8%), Centro-Oeste (2,3%) e Norte (1,3%).