As tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos devem continuar pesando sobre a lucratividade das montadoras japonesas e sul-coreanas ao longo de 2026. A avaliação foi divulgada na terça-feira, 18, pela Fitch Ratings, que projeta um cenário ainda desafiador para o setor no próximo ano.

Alíquotas e impactos no crédito
Segundo a agência, a tarifa aplicada aos veículos produzidos na Coreia do Sul deve cair apenas em 2026, quando deve chegar a 15%. O percentual se alinharia às taxas já praticadas para fabricantes japoneses e europeus após o acordo comercial recente entre Estados Unidos e Coreia do Sul.
O ambiente tarifário levou a Fitch a revisar classificações de crédito de grandes montadoras asiáticas. A Honda teve sua perspectiva alterada para negativa em setembro, com expectativa de lucro abaixo de 5% nos próximos dois anos. A Nissan, rebaixada em abril, também segue com perspectiva negativa. Toyota e Hyundai mantiveram ratings estáveis, sustentadas por operações diversificadas e solidez financeira.
Vendas estagnadas e novos desafios competitivos
Além das tarifas, o setor automotivo convive com uma projeção de crescimento modesto, de 0,3% nas vendas globais em 2026. A retirada dos subsídios dos Estados Unidos para veículos elétricos, prevista para setembro de 2025, adiciona pressão sobre o segmento, que também enfrenta concorrência crescente de fabricantes chineses em mercados internacionais.
Diante do cenário, as montadoras têm buscado mitigar os impactos ampliando a produção em território americano, reduzindo custos e priorizando modelos com maiores margens de lucro.