Senado aprova projeto que regula operações com criptomoedas; veja os principais pontos
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, por unanimidade, nesta terça-feira (22), o projeto que reconhece e regula o mercado de criptomoedas no Brasil. O colegiado acolheu o relatório do senador Irajá (PSD-TO).
Entre os pontos apresentados, o texto prevê a inclusão de crime específico para fraudes envolvendo criptomoedas no Código Penal. O próximo passo, caso não haja recurso para votação em Plenário, é seguir com o projeto diretamente para a Câmara dos Deputados.
As moedas digitais usam sistemas de criptografia para a realização de transações. Ao contrário do dinheiro soberano — emitido por governos, como o real ou o dólar —, as criptomoedas são lançadas por agentes privados e negociadas exclusivamente na internet. O detentor de uma moeda virtual só pode resgatá-la usando um código fornecido por quem vendeu.
Segundo Irajá, quase 3 milhões de pessoas estão registradas em corretoras de criptomoedas. O número se aproxima da quantidade de investidores na bolsa de valores. “As empresas negociadoras de criptoativos não estão sujeitas nem à regulamentação, nem ao controle do Banco Central ou da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o que torna mais difícil ao poder público identificar movimentações suspeitas”, alerta.
“A intenção do projeto é coibir ou restringir práticas ilegais, como a lavagem de dinheiro, evasão de divisa e tantos outros crimes nesse segmento. Há um mercado que é lícito, que é a grande maioria desse mercado, mas há exceções”, complementou Irajá, que destacou o papel do Banco Central de fiscalizar as empresas e garantir que o criptoativo possa ser, de fato, uma boa opção de investimento e as criptomoedas, uma alternativa de meio de pagamento, como hoje acontece com o Pix.
Em 2018, foram negociados R$ 6,8 bilhões em moedas virtuais no Brasil, tendo sido criadas 23 novas exchanges (corretoras). Em 2019 já eram 35 empresas agindo livremente, sem a supervisão ou fiscalização dos órgãos do sistema financeiro, como o Banco Central ou as bolsas de valores.