O painel “Além do eixo Rio-São Paulo: o novo mapa geográfico do consumo de luxo no Brasil” trouxe ao Congresso E-Commerce de Luxo 2025 uma discussão sobre a descentralização do consumo e os desafios para marcas que buscam expandir suas operações para além do Sudeste. Executivos de diferentes segmentos destacaram a necessidade de entender estilos de vida regionais, adaptar a comunicação e estruturar operações para capturar o potencial de mercados emergentes.
O painel mostrou que a expansão do luxo no Brasil passa por um equilíbrio entre manter a identidade das marcas e adaptar estratégias às realidades regionais, em um cenário de crescente diversificação do consumo fora dos grandes centros.
Thábata Cesário, head de Digital da NK Store, destacou que há uma demanda reprimida fora do eixo tradicional e que o lifestyle de determinadas regiões deve ser levado em consideração antes da instalação de uma nova operação. “Pensar em mercados que vivenciam o luxo é fundamental para conquistar esses consumidores”, afirmou.
Já Carla Assumpção, diretora-geral LATAM da Swarovski Crystal Business, apontou o Brasil como um mercado desafiador pela alta complexidade de custos para expansão. Segundo ela, a presença digital tem contribuído para educar o consumo em regiões menos exploradas, mas os adventos econômicos ainda funcionam como barreira. “Momentos desafiadores exigem mudanças na comunicação com o cliente, aproximando a marca do cotidiano”, disse.
Matheus Santana, diretor de Digital da Tania Bulhões, ressaltou a importância de identificar rapidamente oportunidades regionais com base em indicadores como renda per capita e ticket médio. Ele enfatizou que cada localidade exige aculturamento aliado a processos consistentes da companhia.
Na mesma linha, Patricia Landmann, diretora de Marketing da Chocolat du Jour, reforçou que compreender e se adaptar à cultura local é parte essencial da expansão. “Esse entendimento deve estar refletido não apenas na comunicação, mas também na operação”, concluiu.