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Como o papel do D2C pode mudar a cultura das empresas

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

Em um mercado cada vez mais integrado, passou da hora de o D2C deixar de ser visto como concorrente do varejo para se tornar um aliado. Essa ideia foi defendida por Gabriel Gomes, ​​D2C Director América Latina na Electrolux, e Zé Felipe Rezende, Head de Digital D2C na Havaianas, durante o VTEX Day na terça-feira (6). As duas indústrias conseguiram utilizar o modelo para alavancar vendas e intensificar a relação com o consumidor.

Lucas Godoy, Gabriel Gomes e Zé Felipe Rezende no VTEX Day 2023
Lucas Godoy, Gabriel Gomes e Zé Felipe Rezende no VTEX Day 2023

“Falamos muito do D2C como varejo, mas não falamos tanto em como ele pode contribuir para o varejo também. Em vários países, o varejo não acredita em determinados produtos, mas quando os mesmos são postos à venda no marketplace, vemos como aquele produto vende. O D2C ajuda a descobrir novos produtos e categorias”, afirma Gomes. “O D2C vai nesse caminho de mostrar para o cliente como nossa cartela de produtos é muito mais ampla e que temos modelos além dos básicos”, complementa Rezende.

Os próximos passos do D2C

Por mais que a transformação digital seja um caminho sem volta, a loja física continua com seu papel relevante no mercado. Para Gomes, a loja física pode servir como um local de confiança do consumidor com a marca. “Não temos um grande número de lojas, mas se o consumidor tiver qualquer problema, ele pode ir na loja para resolvê-lo porque integrar o online e o offline torna a experiência única”, diz.

Ainda segundo Gomes, hoje, as lojas da Electrolux servem como pontos de coleta. “Primeiramente eram apenas para eletroportáteis e produtos pequenos. Porém, percebemos que não faz sentido limitar as categorias para o consumidor. Esperar dois, três dias para receber uma geladeira para armazenar um medicamento ou um fogão para cozinhar é inviável para ele. Por isso, deixamos o consumidor escolher”, afirma. “A loja física proporciona a experimentação dos produtos”, complementa Rezende.

Para Rezende, não é possível falar do futuro do D2C sem trazer a importância cada vez maior da omnicanalidade. “Quando usamos o poder da nossa presença de lojas espalhadas pelo país, conseguimos uma entrega mais rápida. A nossa ideia é transformar as nossas lojas em CDs, possibilitando uma logística mais rápida e econômica para nós e para o cliente”.

Segundo Gomes, o digital faz com as organizações pensem com mais velocidade. “O D2C pode contribuir com a mudança de mindset, pois é uma máquina de dados. Com ele, conseguimos melhorar os produtos porque o ciclo de feedback é mais curto. O consumidor reclamava, mas demorava para termos acesso àquela informação. Agora sabemos em questão de horas. É uma mudança cultural”, finaliza o executivo.