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Mulheres são maioria entre influencers, mas homens ganham mais, aponta estudo

Por: Amanda Lucio

Jornalista e Repórter do E-Commerce Brasil

Uma pesquisa realizada pela Brunch em parceria com a YOUPIX revelou que, embora as mulheres representem 70% dos criadores de conteúdo, os homens ainda concentram os maiores rendimentos no mercado de marketing de influência.

influenciadora negra segurando paleta com sombra perto da câmera digital
(Imagem: Envato)

Os dados mostram que 21,46% das influenciadoras ganham até R$ 2 mil por mês, quase o dobro da média masculina (12,6%). Elas também são maioria na faixa entre R$ 2 mil e R$ 5 mil, com 31,42%, contra 28,4% dos homens. No entanto, a tendência se inverte a partir dos R$ 5 mil mensais, onde 33,7% dos homens superam os 27,59% das mulheres. Nas rendas mais altas, a diferença se acentua: acima de R$ 50 mil, apenas 1% das mulheres alcançam essa faixa, enquanto os homens representam 3,2%.

(Imagem: Brunch + Youpix/Divulgação)

Para Fabio Gonçalves, diretor de talentos da Viral Nation, a desigualdade de renda reflete padrões históricos do mercado publicitário. Segundo ele, as “marcas ainda enxergam os homens como referências em temas como finanças e tecnologia, áreas que recebem maiores investimentos, enquanto mulheres são frequentemente associadas a nichos como moda e beleza, que, apesar do alcance, costumam ter orçamentos menores.”

Outro fator apontado pelo especialista é a diferença na postura durante as negociações. Segundo Gonçalves, influenciadores masculinos são incentivados a adotar estratégias mais assertivas na precificação, enquanto mulheres enfrentam resistência ao reivindicar valores mais altos. Além disso, a falta de transparência na definição de preços contribui para a disparidade, já que muitas influenciadoras aceitam valores abaixo do mercado por desconhecimento.

A pesquisa foi realizada entre 13 de agosto e 23 de setembro de 2024, com 369 criadores de conteúdo de todo o país. O estudo reforça a necessidade de maior equidade no setor, garantindo que talento e engajamento sejam os critérios centrais na precificação de campanhas, independentemente do gênero.