Após cortar o preço-alvo do Mercado Livre há dois meses, o JP Morgan aumenta os valores das ações da companhia negociadas na bolsa de valores norte-americana. O principal motivo, segundo a instituição, foi o bom desempenho do marketplace no último trimestre de 2024.

No começo de janeiro, o preço-alvo definido pela instituição para o papel Meli era de US$ 1.950. Com a reavaliação, a projeção agora é de um preço em torno de US$ 2.300 até o final de 2025. A alta em relação ao número anterior é de 3%.
Segundo os analistas, o cálculo do preço-alvo foi feito “somando as partes”. Para isso, foram considerados os modelos de fluxo de caixa descontado para três principais segmentos da empresa: comércio, pagamentos e crédito.
Com margens de vendas próprias (1P) mais robustas e despesas administrativas mais baixas no 4T24, o JP Morgan elevou o EBIT (lucro antes de juros e impostos) estimado para o Meli em 2025 em 15%, e os lucros estimados em 13%.
Análise
O JP Morgan mantém a recomendação neutra para compra de ações do Mercado Livre. Isso porque, apesar da mudança, a companhia crê que o valuation atual já reflete o potencial da ação, considerada “cara” na análise dos múltiplos de preço/lucro.
Mesmo assim, o banco norte-americano entende que o Mercado Livre tem um futuro promissor pela frente, já que ainda há muito espaço para conquistar no e-commerce da América Latina.
De forma resumida, outros potenciais enxergados no Meli são:
- Aumento nas receitas de publicidade;
- Empresa bem posicionada no segmento bancário da América Latina, beneficiado pelas vantagens em custos de aquisição de clientes por ser o maior player de e-commerce da região;
- Vantagem informacional por conta da base de dados que tem para trabalhar em razão das operações de e-commerce.
Por outro lado, a observação é de que o Mercado Livre ainda está em uma fase de investimentos. Um dos mais recentes, por exemplo, foi a entrega do Pacaembu com os naming rights da companhia.