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Magazine Luiza começa venda direta no Facebook e no Orkut

Por: Redação E-Commerce Brasil

Equipe de jornalismo E-Commerce Brasil

Os usuários das redes sociais Facebook e Orkut podem criar, a partir desta quinta-feira, lojas virtuais dentro de seus perfis para vender produtos da rede de varejo Magazine Luiza. A empresa pagará comissão a esses revendedores, que pode variar de 2,5% a 4,5%, dependendo da margem de lucro que o produto oferece e de outros fatores. A varejista estima que 10 mil lojas do tipo devem ser abertas na internet em 2012.

O projeto, batizado de “MagazineVocê”, deveria começar a funcionar em março, mas foi antecipado por ter trazido bons resultados em uma fase de testes, que começou em setembro. Durante esse período, familiares de funcionários puderam abrir lojas nas redes sociais. A empresa afirma que 708 ambientes de compra foram criados no Facebook e 450 no Orkut, somando mais de mil vendedores. Quando anunciou o projeto, em agosto do ano passado, o plano era que 10 mil fossem cadastrados nesse período de testes.

“O sistema já estava estável o suficiente e a taxa de conversão [os visitantes da página que compram algo] é 50% maior que a da nossa loja online”, afirma Frederico Trajano, diretor de marketing e vendas da empresa. A varejista não divulga o valor total vendido durante essa incubação.

O sistema não gera receita direta para o Facebook ou para o Orkut, afirma Trajano. “Não houve negociação com os sites, apenas criamos o aplicativo como qualquer desenvolvedor e usamos a plataforma deles”, diz. A Magazine Luiza, porém, deverá investir mais em publicidade nesses sites e em portais da internet, para dar embalo ao projeto.

Embora vá acrescentar algum valor ao faturamento da empresa em 2012, o montante não deve ter grande relevância no faturamento total da varejista, que possui 676 lojas físicas – incluindo as que foram adquiridas da rede Baú, em 2011 – e 28 milhões de clientes. O “MagazineVocê” será administrado, pelo menos por enquanto, por uma área pequena dentro da empresa, onde planos de inovação são criados e implementados.

A varejista trabalha para patentear o código e o design do aplicativo que permite a venda, para dificultar que as concorrentes entrem rapidamente no mesmo nicho.

Como vai funcionar
Os usuários de redes sociais que quiserem participar devem ir ao site do “MagazineVocê” e preencher um cadastro de aprovação. “Os critérios para liberação da loja são bem tranquilos, quase todo mundo vai conseguir, vamos fazer checagem de CPF e barrar apenas coisas como nomes de mau-gosto”, diz Trajano. Em seguida, será criado uma interface de aplicativo dentro do perfil desse usuário na rede social escolhida.

Cada pessoa pode vender até 60 produtos. A empresa espera que os vendedores escolham itens nos quais sejam especialistas, para que possam dar dicas de compras aos amigos e contatos virtuais. Embora a divulgação do produto seja feita na rede social, a compra é finalizada dentro do site da Magazine Luiza. “Isso poderá mudar e a compra ser feita totalmente dentro das redes sociais, mas, no momento, percebemos que os clientes preferiam digitar os dados do cartão de crédito no nosso próprio site, por questão de segurança”, diz o diretor.

O revendedor poderá divulgar os produtos através de três postagens diárias na rede social. A limitação serve para evitar que o Facebook e o Orkut sejam invadidos de “spams” ou textos comerciais, num ambiente onde as pessoas estão acostumadas a uma interação apenas social.

Após a venda ser concluída, a Magazine Luiza cuidará de entrega, pagamento e pós-venda. “As pessoas não têm nenhum custo no processo, o investimento delas é em divulgar e indicar os produtos”, afirma Trajano. Após ter R$ 50 acumulados em comissão, o revendedor pode sacar o valor, que é depositado em conta corrente. Os melhores usuários ganham classificações da varejista, do tipo vendedor “prata” ou “ouro”, que podem render privilégios como ajuda na divulgação da loja.

Segundo a empresa, cerca de 23 milhões de brasileiros já fazem compras online, sendo que 46,5% deles pertencem à classe C. O e-commerce movimentou R$ 20 bilhões em 2011, enquanto a venda direta – normalmente associada a revendedores de marcas como Avon e Natura – gerou faturamento de R$ 26 bilhões em 2010.

Com informações de iG Economia