LGPD: mesmo com adiamento, 84% das empresas continuam despreparadas
As organizações continuam despreparadas para atender às exigências da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), recém postergada para 1° de janeiro de 2021, com aplicabilidade de suas sanções somente para agosto do próximo ano. É o que revela a nova pesquisa realizada pela ICTS Protiviti sobre a adoção de medidas pelas empresas para a adequação à nova lei.
Com a participação de 192 empresas ao longo de seis meses, o levantamento organizado pela consultoria aponta que 84% das respondentes seguem sem uma diretriz clara sobre a adequação. A primeira fase da pesquisa, realizada entre 10 de agosto e 10 de novembro de 2019, trazia um percentual similar, porém, com metade de empresas participantes, o que demonstra que não houve evolução nas medidas de adequação nos três meses subsequentes.
Neste cenário de crise atípico, muito diferente daquele que o mercado enfrentou nos últimos anos, o novo adiamento da entrada da LGPD em vigor é compreensível. No entanto, os dados da pesquisa sinalizam que as empresas não estão utilizando a ampliação do prazo para se prepararem, mas sim protelando suas ações.
"Há vários pontos para considerarmos, entre eles, a insegurança jurídica no tratamento de dados de pessoas físicas, o aumento de procedimentos para transação de dados internacionais, que reduz a eficiência operacional das empresas, e ainda possíveis danos aos cidadãos por vazamento de informações, sem contrapartida reparatória", comenta André Cilurzo, especialista em LGPD e diretor associado da ICTS Protiviti.