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Latam Retail Show 2016: o movimento do varejo nos países latino-americanos

Por: Alice Wakai

Jornalista, atuou como repórter no interior de São Paulo, redatora na Wirecard, editora do Portal E-Commerce Brasil e copywriter na HostGator. Atualmente é Analista de Marketing Sênior na B2W Marketplace.

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Durante o Latam Retail Show 2016, aconteceu o debate "O movimento do varejo nos países latino-americanos". O debate contou com a presença de Guillermo Botero, Presidente da Fenalco (principal entidade de comércio da Colômbia), Lucy Buitrago, Diretora-geral Comercial da Farmatodo, Marcilio Pousada, Presidente da Raia Drogasil, Marcos Gouvêa de Souza, Diretor-geral - Grupo GS&, Pedro Farah, CFO - WALMEX e Rogelio Rodriguez, Diretor de Desenvolvimento da Antad. Segundo Guilhermo Botero, a Colômbia está diminuindo consideravelmente sua população pobre. Há uma grande classe média crescendo que está demandando comércio e serviços fazendo com que a cada 23 dias um centro comercial seja inaugurado no país, sendo que apenas 32% do mercado é composto de alimentos e o restante de outros segmentos de varejo. Porém para ele esse jardim de rosas também tem muitos espinhos. "O setor automotivo estava em queda e o setor de computadores tiveram uma queda devido ao dólar", disse. O mercado farmacêutico que havia crescido em 9% na Colômbia, agora tem uma projeção de crescimento de 13%, dos quais 49% do mercado é varejo, onde está Farmatodo. Para Lucy, Buitrago, as farmácias estão mudando de estilo, assim como a Walgreens nos EUA. "Isso nos permite uma plataforma totalmente diferente. O sentido da farmácia moderna é se relacionar com bem-estar, é pensar na qualidade de vida das pessoas. Por isso estamos nos esforçando em oferecer serviços como: não somos médicos, porém, acompanhamos nossos clientes e pacientes em interação de medicamentos, nutrição e vida saudável. Temos um formato que permite rapidez e investimos em categorias diferentes como maquiagem, cosméticos", disse Lucy. Todos os países latinos demandam serviços e 50% da população mexicana estão em nível econômico médio e baixo. "Hoje o mercado não tem barreiras, portanto precisamos facilitar, homologar nos estados mexicanos, a regulamentação. Claro que isso é uma responsabilidade de associações como a Antad, os conceitos de sucesso que tivemos na América Latina podem ser adaptados no contexto local", disse Rogelio. Cada país está se especializando em formatos específicos, mas todos têm uma mistura. Os canais virtuais estão na moda (ecommerce), isso vai erradicar as fronteiras. Um ponto que ainda precisa melhorar e ainda é um obstáculo entre os países é a regulação", disse Lucy. Quais são as dificuldades para o Brasil se expandir? Para Marcos Gôuvea, a penetração de produtos brasileiros em outros países da América Latina ainda é bastante baixa. Faltaria agressividade dos varejistas brasileiros em outros mercados? Para Pedro Farah, o México já tem uma consolidação de mercado do varejo e dos fornecedores, o que dificulta um pouco essa penetração. "Há uma participação expressiva de empresas públicas e por esse mercado atrair muito o empresariado não há falta de capital. Emrpesas como a Walmex que vale vários milhões de dólares. Competir no México é muito competitivo do ponto de vista das indústrias e não apenas de barreiras da regulamentação", disse Pedro Farah. Para Marcílio Pousada, o maior problema do Brasil é que ele é muito grande. "O nosso potencial de crescimento dentro do próprio país é muito grande e isso acaba tirando um pouco foco da internacionalização. A parte de regulamentação é ainda um obstáculo. Se pegarmos os três maiores varejistas no Brasil são de fora. Principal motivo é que ainda há muito mercado a ser desenvolvido aqui ainda", disse Marcilio Pousada.