As pesquisas conjunturais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para junho confirmam a desaceleração da atividade econômica no segundo trimestre. Dados do varejo, indústria e serviços indicam estabilidade em alguns setores e crescimento moderado em outros, em meio ao cenário de juros altos e crédito mais caro.

Panorama geral
- Varejo e indústria: ficaram praticamente estáveis em relação ao primeiro trimestre, ambos com variação de -0,1%;
- Serviços: avançaram 1,1% no período, após queda de 0,1% no primeiro trimestre;
- Mercado de trabalho: segue aquecido, com taxa de desemprego no menor nível da série histórica da PNAD Contínua;
- Inflação: acumulada em 12 meses até julho caiu de 5,35% para 5,23%, ainda acima da meta do Banco Central.
Comércio
Em junho, o varejo restrito recuou 0,1% frente a maio, contrariando expectativa de alta de 0,9%. Foi o terceiro mês seguido de retração. No varejo ampliado, que inclui veículos, material de construção e atacarejo, a queda foi de 2,5%, ante projeção de crescimento de 0,2%.
Indústria
A produção industrial avançou 0,1% em junho, após dois meses de retração. Ainda assim, o resultado não compensou a perda acumulada de 1,2% em abril e maio. Oito dos 15 locais pesquisados registraram queda na produção.
Serviços
O setor de serviços cresceu 0,3% em junho, registrando o quinto mês seguido de alta e renovando o recorde da série iniciada em 2011. O avanço foi impulsionado pelo segmento de transportes, que subiu 1,5%, puxado pelo transporte rodoviário de cargas e pelo aéreo de passageiros.
Inflação e projeções
A inflação brasileira ficou em 0,26% em julho, acima dos 0,24% de junho, mas abaixo da expectativa de 0,35%. O centro da meta de inflação para 2025 é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Segundo o Boletim Focus, a economia brasileira deve crescer 2,21% em 2025, após expansão de 3,4% em 2024. O resultado oficial do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre será divulgado em 2 de setembro pelo IBGE.