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Filosofia vs tecnologia: Cortella conta sua atual convivência com as redes sociais

Por: Giuliano Gonçalves

Jornalista do portal E-Commerce Brasil, possui formação em Produção Multimídia pelo SENAC e especialização em técnicas de SEO. Sua missão é espalhar conteúdos inspiradores.

Em um mundo cada vez mais conectado, o professor e filósofo Mario Sergio Cortella faz uma reflexão sobre o advento da tecnologia em seu trabalho nas redes sociais. Ao lado de seu filho Pedro Cortella (Agência Sophia) e Flavia Rosario (ManyChat), Cortella explicou no Web Summit Rio 2024 sua relação com a tecnologia e os frutos que tem colhido dela.

Imagem de Mário Sérgio Cortella em palco do evento Web Summit Rio 2024
“Fui um professor que falava para 30, 40 pessoas numa classe, e nada chega perto do que é uma rede social. Em 5 anos, após criar as estratégias de redes, passei para mais de 22 milhões de seguidores” – Cortella. Foto: Giuliano Gonçalves

O professor começa dizendo que qualquer pessoa, em qualquer momento da história, viveu na época contemporânea. “Mas não vivemos do mesmo modo e com a mesma percepção. Para eu não deixar de ser atual, preciso ancorar a minha prática com o que está mais conectado com o agora”. Diante desse pensamento, ele contou sua admiração a Millôr Fernandes. “Ele morreu com 88 anos e, aos 80, escreveu: ‘atenção moçada! Quando eu disser no meu tempo, eu quero dizer daqui a 10 anos'”.

Amplitude das redes sociais

Para ele, portanto, a tecnologia é uma necessidade para que ele não deixe de ser contemporâneo, e amplifique as estruturas a fim de amplificar a sua capacidade. “Fui um professor que falava para 30, 40 pessoas numa classe, e nada chega perto do que é uma rede social. Em 5 anos, após criar as estratégias de redes, passei para mais de 22 milhões de seguidores. E isso leva o que eu quero ao mais longe possível. As redes sociais me deram a amplitude, sem que isso soasse arrogante”, completou.

Pedro Cortella, filho do filósofo em responsável por torná-lo uma autoridade nas redes sociais, contou como foi o trabalho da agência. “Tive essa preocupação desde o começo, porque ir para as redes sociais ainda é visto com certo preconceito. Você não vê o professor Cortella fazendo algo que ele não faz fora da sala de aula. Adaptamos esse conteúdo sem precisar fazer dancinha para ter alcance. Quem tem autoridade real precisa ocupar as redes sociais e adaptar e adequar os conteúdos para elas”. Além disso, Pedro defende que as redes devem ser ocupadas por pessoas ligadas à educação, que ensinem as pessoas a pensarem.

Sobre o papel da automação de mensagens dentro das plataformas, Pedro reforça: “Uma coisa que as pessoas confundem é achar que a automação vai promover a proximidade com a figura. Ela é feita para acessar mais conteúdos relacionados, pois as pessoas sabem que não é o Cortella respondendo às mensagens. É um caminho para entregar um conteúdo mais denso, e a conversa já é uma forma de conseguir leads. Essa estratégia de infoprodutos foi feita a partir do conhecimento com o nosso público, e a ManyChat fez muito bem isso, qualificando o público e entendendo quem de fato nos segue”.

Cortella e seu próximo passo digital

Em relação ao que virá após esse enorme alcance digital, o filósofo explica que a ideia é merecer esse acesso, sabendo que não é apena um negócio. “Nosso próximo passo passo é sustentar a viabilidade da atividade e a decência, para que os infoprodutos, os cursos, as palestras, sejam ‘não fazer qualquer negócio’, embora isso possa ser feito”. Nesse ponto, Cortella lembrou que há 159 anos morria Abraham Lincoln. “Ele nos deixou uma clássica frase que diz: ‘Você pode enganar algumas pessoas o tempo todo ou todas as pessoas durante algum tempo. Mas você não pode enganar todas as pessoas o tempo todo'”.

Sobre a filosofia e versus a Inteligência Artificial, Cortella diz que há uma diferença sobre automatismo e autonomia. “Trata-se de um recurso que me oferece mais condição, mas que deve ser automática, e não autônoma. Quando eu entro no elevador e aperto o botão, quero que ele me leve a algum lugar, mas que não seja de forma autônoma, decidindo para onde eu devo ir. O importante é ter, sem que o ter te tenha”, finalizou.

O Web Summit Rio está em sua segunda edição e acontece no Riocentro até 18 de abril. Para 2024, são esperados cerca de 30 mil visitantes, contando também com mais de 600 investidores e 1 mil startups.