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Falta de confiança é fator para metade dos consumidores desistirem de comprar online

Por: Lucas Kina

Jornalista e produtor de Podcasts no E-Commerce Brasil

O crescimento do e-commerce no Brasil ainda não foi o suficiente para um problema: a falta de confiança do consumidor. Enquanto o volume de compras online aumenta e players se consolidam, a sensação de segurança não acompanha o mesmo ritmo. Prova disso é que 48% dos usuários já desistiram de uma compra online (site ou aplicativo) por falta de confiança. Os dados são do Relatório de Identidade Digital e Fraude 2024, da datatech Serasa Experian.

O cenário brasileiro indica, portanto, que a conveniência do e-commerce não é o suficiente para instigar eliminar a falta de segurança de pelo menos metade dos consumidores. Segundo a pesquisa, os medos mais citados pelos entrevistados ao realizarem uma compra online foram:

  • Comprar em um site falso (41%);
  • Alguém comprar algo usando "meus" dados (41%);
  • Vazamento de dados (37%).

Além disso, 48% das pessoas afirmam realizar entre uma e três compras digitais todo mês. ​Entretanto, a crença de que as empresas adotam medidas eficazes para proteção caiu de 51% para 43%.

Caminhos para solução

Cerca de 69% dos consumidores consideram essencial que as empresas consigam identificá-los com precisão no ambiente online. Este fator se torna ainda mais crucial diante do aumento das tentativas de fraude. Segundo o Indicador de Tentativas de Fraude da Serasa Experian, em novembro do ano passado, foram mais de um milhão de ocorrências no mês. Isso corresponde a uma fraude a cada 2,5 segundos.

Como válvula de escape para isso, a pesquisa revela que métodos de autenticação, como a biometria física, pode ser um caminho. A prática engloba reconhecimento facial, impressão digital e reconhecimento de voz. Neste caso, sete em cada 10 consumidores (71,8%) afirmam se sentir seguros ao utilizar essa tecnologia.

A aplicação deste modelo também cresceu em 2024, passando de 59% para 67%. Já a biometria comportamental – que analisa padrões como pressão na tela, forma de digitação e variações na voz – ainda é pouco conhecida pelos usuários.

“A biometria física é uma solução confiável por ser tangível e difícil de replicar, mas, diante do cenário dinâmico das fraudes no Brasil, a prevenção eficaz exige uma estratégia em camadas. Conhecer o consumidor além da identidade permite identificar padrões de comportamento, reduzir fricções e fortalecer a segurança”, explica Caio Rocha, diretor de Produtos de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian.