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Especialista da AppsFlyer abre o jogo sobre o caminho do sucesso dos aplicativos de e-commerce

Por: Giuliano Gonçalves

Jornalista do portal E-Commerce Brasil, possui formação em Produção Multimídia pelo SENAC e especialização em técnicas de SEO. Sua missão é espalhar conteúdos inspiradores.

Aplicativos de e-commerce estão na lista de prioridades de Edik Mitelman, vice-presidente sênior e gerente-geral de produtos de privacidade em nuvem da AppsFlyer. Com mais de 20 anos de experiência na indústria de tecnologia, Mitelman será um dos palestrantes do Fórum E-commerce 2023 (dias 25, 26 e 27 de julho) no palco de Tecnologia.

Imagem de um smartphone sobre um teclado de computador
Para Mitelman, os desenvolvedores de aplicativos para e-commerce precisam se concentrar no que exatamente desejam que os usuários façam em seu aplicativo móvel e, em seguida, fornecer-lhes um caminho desobstruído para fazê-lo

Aproveitamos a passagem do especialista pelo país para entender os pontos importantes a ser considerados em relação aos aplicativos de e-commerce. No evento, aliás, ele falará sobre uma ferramenta para profissionais de marketing analisarem performance de campanhas e aplicativos sem infringirem dados pessoais dos usuários finais.

1 – ECBR: Quais os principais fatores que afetam a experiência do usuário em um aplicativo de e-commerce?

Mitelman: No cenário digital atual, ter apenas um site compatível com dispositivos móveis não é mais suficiente para o sucesso. É crucial priorizar o comportamento do usuário em dispositivos móveis. Os clientes que realizam compras no telefone apresentam um comportamento significativamente mais rápido em comparação com os clientes de comércio eletrônico tradicional, graças à conveniência e facilidade do processo de compra em dispositivos móveis. 

Para prosperar no campo do e-commerce, as empresas devem adotar estratégias eficazes, como: implementar ótimas experiências de integração; garantir tempos de carregamento rápidos; oferecer opções de personalização; habilitar táticas eficazes de reengajamento; garantir acessibilidade e fornecer processos de checkout sem problemas.

A pandemia da Covid-19 trouxe uma transformação duradoura no comportamento de compra, fundindo as experiências de compra online e offline por meio de dispositivos móveis. Tendências emergentes, como busca por voz, serviços de compra online com retirada na loja (click-and-collect), integração de realidade aumentada e cupons estão em ascensão e espera-se que continuem moldando o futuro do e-commerce nos próximos anos.

2 – ECBR: Como garantir que o aplicativo de e-commerce seja fácil (e intuitivo) de se usar?

Mitelman: Existem pontos principais a serem lembrados quando se trata da experiência do usuário em um aplicativo móvel. A consciência do contexto é fundamental: os usuários móveis alternam fluidamente entre modos. Os designers de aplicativos móveis precisam ter uma compreensão clara de como, quando, onde e por que os clientes vão usar o aplicativo (e esperamos que continuem usando a longo prazo). 

Os designers de aplicativos móveis devem ver as restrições do dispositivo móvel como oportunidades para se concentrar ao máximo nas mensagens e ações mais essenciais do aplicativo. Os desenvolvedores precisam se concentrar no que exatamente desejam que os usuários façam em seu aplicativo móvel e, em seguida, fornecer-lhes um caminho desobstruído para fazê-lo. 

Acima de tudo, ao projetar recursos ou desenvolver fluxos, pergunte a si mesmo como você pode tornar algo mais simples, rápido, suave e agradável para seus usuários. A tecnologia pode ajudar os desenvolvedores, mas não há substituto para testes genuínos com usuários, ter suas análises e seu feedback.

3 – ECBR: Como garantir que seu aplicativo de e-commerce seja rápido e responsivo?

Mitelman: Existem muitos fatores a serem considerados para otimizar o desempenho do seu aplicativo de e-commerce, entre eles:

– Otimizar o código e minimizar as solicitações de rede;

– Implementar o cache para reduzir solicitações de rede repetidas;

– Comprimir e otimizar ativos, como imagens, CSS e JavaScript;

Utilizar redes de entrega de conteúdo (CDNs) para entrega de conteúdo mais rápida;

– Ativar o carregamento preguiçoso (lazy loading) para melhorar os tempos de carregamento;

– Priorizar o conteúdo acima da dobra (above-the-fold) para renderização mais rápida;

– Realizar testes regulares de desempenho e otimização;

– Otimizar as consultas ao banco de dados para maior eficiência;

– Monitorar e analisar métricas de desempenho;

– Manter-se atualizado com a tecnologia para melhorias de desempenho.

Ao implementar essas estratégias e otimizar continuamente o desempenho do seu aplicativo de comércio eletrônico, você pode garantir que ele permaneça rápido, responsivo e proporcione uma experiência do usuário perfeita.

4 – ECBR: O que deve ser levado em consideração para criar um aplicativo de e-commerce acessível a pessoas com deficiência?

Mitelman: Criar um aplicativo de comércio eletrônico que seja acessível a pessoas com deficiência requer uma consideração cuidadosa de vários fatores. Alguns desses fatores são a conformidade com diretrizes de acessibilidade, como as Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo da Web (WCAG) 2.1 ou superiores; o design da interface do usuário; a acessibilidade do teclado e a compatibilidade com leitores de tela ou suporte de conversão de texto em fala e fala em texto. 

É crucial testar, coletar e avaliar o feedback do usuário. A acessibilidade é um processo contínuo e é importante atualizar constantemente o aplicativo para aprimorar suas funcionalidades de acessibilidade. Ao priorizar a acessibilidade, você pode garantir que pessoas com deficiência possam se envolver plenamente com o seu aplicativo de comércio eletrônico e ter uma experiência de usuário inclusiva.

5 – ECBR: Em um aplicativo de e-commerce, quais os meios para proteger os dados do usuário?

Mitelman: No que diz respeito à proteção dos dados do usuário em um aplicativo de comércio eletrônico, há várias medidas que podem ser adotadas. Um aspecto crucial é ter um entendimento abrangente de como os dados do usuário são utilizados em colaboração com diferentes parceiros para fins de marketing, remarketing e outros propósitos. 

Como cada aplicativo colabora com uma variedade de parceiros para diversos objetivos de produtos e marketing, é necessário prestar atenção meticulosa à colaboração de dados e à proteção de dados de usuário e informações pessoalmente identificáveis (PII).

Para garantir a minimização de dados e manter os frameworks de consentimento, regulamentos e políticas ao colaborar com parceiros, é imperativo utilizar tecnologias de privacidade, como uma Data Clean Room, juntamente com outros métodos de privacidade. A adoção dessas ferramentas não apenas protege os dados do usuário, mas também cultiva confiança, acelera o crescimento e estabelece o aplicativo como uma marca líder no cenário competitivo. 

Ao implementar uma estratégia de dados robusta e avançada, o aplicativo pode prosperar sem comprometer a privacidade do usuário. Na verdade, a proteção dos dados do usuário e a promoção da colaboração com parceiros diversos se tornam catalisadores tanto para o crescimento quanto para a confiança na marca. Essa abordagem posiciona o aplicativo na vanguarda, à frente de seus concorrentes, e fortalece sua reputação como uma plataforma confiável tanto para usuários quanto para parceiros.

6 – ECBR: O que considerar para um aplicativo de e-commerce estar em conformidade com a LGPD?

Mitelman: Cada aplicativo é diferente, e a conformidade com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) é crucial para qualquer aplicativo. Por isso, sempre recomendo ter uma conversa sobre conformidade com um consultor jurídico. Dito isso, sugiro que um aplicativo de comércio eletrônico garanta que tenha políticas estritas de minimização e retenção de dados para evitar a coleta de dados excessivos. 

Além disso, uma vez que as transações estão ocorrendo, tal aplicativo precisaria garantir que tenha a base legal apropriada sob a LGPD para interagir com os usuários do aplicativo. A LGPD, assim como outras leis globais de privacidade, concede aos indivíduos direitos bastante abrangentes. Portanto, também recomendo que um aplicativo de comércio eletrônico invista na criação de ferramentas adequadas para que qualquer usuário do aplicativo possa excluir seus dados, interromper o processamento de seus dados ou revogar qualquer outro consentimento que tenham dado anteriormente. A transparência sobre o que você está fazendo com os dados de seus usuários é fundamental para a conformidade e para construir confiança com seus clientes.

7 – ECBR: Cite algumas dicas para promover um app de e-commerce a fim de alcançar um público mais amplo.

Mitelman: Concentre-se em aprimorar a experiência do usuário em todos os pontos de contato, desde a loja de aplicativos até o processo de finalização da compra. Isso ajudará a melhorar tanto as taxas de conversão quanto de retenção das suas campanhas de marketing. 

Aproveite o poder da análise de dados e da atribuição para medir e analisar métricas-chave, como custos de aquisição de clientes, taxas de conversão e valor vitalício do cliente. Essa abordagem baseada em dados permitirá que você identifique áreas para melhorias, aloque recursos de forma eficaz e tome decisões informadas. Além disso, adote uma mistura diversificada de canais de marketing e não tenha medo de testar novas criações ou novos canais.

8 – ECBR: Como medir o sucesso de um aplicativo de e-commerce?

Mitelman: A jornada de um consumidor em compras frequentemente abrange vários dispositivos, plataformas e canais, considerando a exposição a anúncios online e offline e a disponibilidade de vários pontos de contato. Uma única compra pode começar na loja física, ser pesquisada mais detalhadamente na web e comprada em um aplicativo posteriormente — e esse é apenas um exemplo. 

Portanto, conectar os pontos entre esses diferentes pontos de contato e garantir que você tenha vinculado os dados corretos ao seu aplicativo pode ser um desafio real. Trabalhar com um provedor eficaz de atribuição e medição pode ajudar a preencher essa lacuna e melhorar significativamente a experiência do usuário; atribuir a contribuição do marketing e, em última análise, aumentar o valor vitalício do cliente (LTV, sigla em inglês). 

Ao medir o desempenho, analisar o comportamento do usuário, utilizar modelagem de atribuição, realizar testes A/B e personalizar esforços de marketing, as empresas podem tomar decisões baseadas em dados para aprimorar as experiências do usuário, impulsionar o crescimento e alcançar seus objetivos comerciais no competitivo cenário de aplicativos móveis.

Vale lembrar que, no evento, Mitelman abordará dicas para atingir os níveis necessários de maturidade de dados, tecnologia e negócios, lições a partir de experiências de outros varejistas… Além disso, trará diversos exemplos do mundo real e estratégias para navegar no cenário em evolução das mídias com o aprimoramento da privacidade. E aí, vai perder essa? Inscreva-se já Fórum E-Commerce Brasil 2023!