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Empresas de entrega lançam serviços para evitar contato com o cliente

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

O maior número de clientes em quarentena obrigou empresas de entrega de alimentos a equilibrar um potencial aumento de pedidos com o risco de espalhar a doença para clientes e motoristas.

Uber Technologies,  Deliveroo e Rappi informaram que fizeram reservas para pagar motoristas que possam adoecer ou sejam obrigados a ficar em quarentena.

A Deliveroo, com sede em Londres, orçou vários milhões de libras para compensar motoristas por perdas devido à doença, segundo uma pessoa com conhecimento do assunto que pediu para não ser identificada. A empresa compensará os motoristas afetados por 14 dias, acima do valor da licença médica exigido no Reino Unido, disse a pessoa.

O Uber disse que vai pagar motoristas nos EUA, Reino Unido e México por um período caso sejam diagnosticados com a Covid-19 ou colocados em quarentena, e a empresa planeja implementar o programa em todo o mundo.

Em mensagem enviada a clientes do Reino Unido, o presidente da Deliveroo, Will Shu, anunciou o lançamento de um serviço para permitir que motoristas deixem a comida na porta, evitando contato com clientes. O Uber disse na quarta-feira que os usuários podem deixar uma nota no aplicativo pedindo entrega semelhante.

Segundo uma pessoa a par da estratégia da Deliveroo, que deve ser lançada na próxima semana, os entregadores de bicicleta também poderão escolher a entrega sem contato.

As outras medidas da Deliveroo incluem encomendar álcool em gel para motoristas e permitir que clientes em algumas áreas do Reino Unido encomendem produtos de cozinha e domésticos de supermercados por meio do aplicativo.

Entrega sem contato físico

A Rappi também irá habilitar uma nova modalidade de entrega no aplicativo. Em e-mail enviado para a base de clientes da plataforma no domingo (15), o presidente Simón Borrero informou que, nos próximos dias, será habilitada uma opção de entrega em domicílio sem contato físico, para proteger os motoristas parceiros.

Nesse modelo, os entregadores deixarão os pedidos na porta, sem ter contato direto com o consumidor. Os usuários que desejarem receber as encomendas dessa forma, poderão selecionar uma opção dentro do aplicativo ou informar o motorista diretamente pelo chat interno.

Na nota, Borrero escreve que a equipe da empresa está “trabalhando de forma incansável com as autoridades locais e com especialistas na área da saúde” para garantir um alto nível de segurança nos serviços.

A startup está entregando kits com álcool gel 70%, desinfetantes e máscaras para os entregadores. Ela também criou um fundo para proteger motoristas e informou que está importando “centenas de milhares de géis e máscaras antibacterianas”.

Proteção para os clientes

A Rappi informou também que está trabalhando com os restaurantes registrados na plataforma para evitar a contaminação dos pedidos. Por isso, todas as sacolas de entrega serão fechadas com selos de segurança, para garantir que as refeições não tenham sido manipuladas depois de saírem da cozinha.

Aos consumidores, a plataforma recomenda lavar as mãos após desembalar o conteúdo da entrega e usar meios de pagamentos digitais para evitar o contato com cédulas e moedas. O presidente também escreveu que está trabalhando para garantir o abastecimento de itens de primeira necessidade, mas pediu compreensão em caso de falta.

Como informou à Exame na última sexta-feira (13), a Rappi tem recebido um aumento significativo no número de pedidos em sua plataforma desde que o debate público sobre os efeitos do coronavírus se intensificou. No último mês, a vertical de farmácias do aplicativo registrou um aumento de 10% no volume de pedidos. As outras duas categorias mais impactadas foram restaurantes e supermercados.

“Acreditamos que seja uma resposta dos usuários preocupados com o tema incerto e medidas de quarentena sendo tomadas em diferentes cidades”, escreveu a empresa em nota.

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Com informações do Mercado e Consumo e da Exame